Aliança Nacional LGBTI+ questiona empresas por patrocínio a Programa Sikêra Jr, da RedeTV
Associação enviou ofício a empresas como Lojas Americanas e Sky pedindo informações sobre patrocínio a programa de apresentador acusado de discurso de ódio e homofobia
O diretor presidente da Aliança Nacional LGBTI+. Toni Reis, pediu nesta terça-feira (15/06) explicações às empresas Ultrafarma, Seara, Lojas Americanas, Fortevit, Delínea Corpus e Sky sobre o patrocínio ao Programa Sikêra Jr, da RedeTV. O apresentador é acusado de discurso de ódio e LGBTIfobia.
No documento enviado às empresas, Reis comenta um Twitter recebido pela Aliança Nacional LGBTI+. No material recebido, fala da decisão do Ministério Público de denunciar o apresentador por discurso de ódio contra gays e transexuais. No ofício enviado às empresas o diretor presidente esclarece que 'o apresentador Sikera Jr. tem um vasto histórico de discriminação contra a comunidade LGBTI+ em seu programa e nas redes sociais, o que pode ser verificado com uma simples pesquisa em mecanismos de busca'.
Numa outra parte do documento a entidade esclarece que a comunidade transexual já sofre discriminação dentro da própria família e precisa ser acolhida. Programas como o do apresentador Sikêra Jr, afirmam, promovem um desserviço à população e trabalham apenas para aumentar ainda mais o ambiente de ódio, inconcebível no século 21.
'As vulnerabilidades são imensas, a média de idade em que pessoas trans são expulsas de casa é de 13 (treze) anos segundo relatório da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). A transfobia afeta também a escolaridade, segundo relatório do Afroreggae, 56% (cinquenta e seis por cento) das pessoas trans não conseguem terminar o ensino fundamental, 72% (setenta e dois por cento) não conseguem terminar o ensino médio e apenas 0.02% (zero ponto zero dois por cento) têm acesso ao ensino superior', esclarece o documento enviado às empresas.
No ofício eles ainda explicam que no Brasil a expectativa de vida de pessoas trans é de 35 anos, metade da população geral, e mesmo assim pessoas ainda insistem em reforçar ideias que segregam e matam todos os dias. Isso foi revelado em estudo realizado em 2016 com o nome 'Pesquisa Nacional sobre o ambiente educacional no Brasil', com 1.016 estudantes com idade de 13 a 21 anos em todos os estados, com exceção de Tocantins. No estudo, 71% se identificam como gays ou lésbicas, 22% bissexuais ou pansexuais e 7% travestis e transexuais. 60% declararam que se sentem inseguros nas escolas por serem LGBTI+, 73% foram agredidos verbalmente, 36% foram agredidos fisicamente, 68% foram agredidos em razão de sua identidade ou expressão de gênero.
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