Ativista climático Nyombi Morris foge de Uganda após ameaças por apoiar direitos LGBTQIA+
Após defender a irmã expulsa da escola por ser lésbica, Morris enfrenta perseguição por ativismo pró-LGBTQ+ em Uganda, país onde nova lei impõe penas severas, inclusive morte, a pessoas da comunidade.

Nyombi Morris, ativista climático de 26 anos, viu-se forçado a fugir de Uganda depois de receber ameaças violentas por defender a irmã, expulsa da escola por ser lésbica, e colaborar com jovens LGBTQ+ em sua organização ambiental Earth Volunteers. Antes de deixar o país, ele se escondeu por semana, em função da repressão que se intensificou após a promulgação da Lei Anti-Homossexualidade no ano passado, considerada uma das mais rigorosas do mundo, impondo penas que variam de prisão a pena de morte.
Morris buscou refúgio na Dinamarca com o apoio da organização Defend Defenders. Conforme noticiou The Guardian, Morris após ua irmão ser expulsa da escola, ele passou a integrar a luta pelos direitos LGBTQ+, atraindo represálias pessoais e familiares. A situação piorou quando tabloides ugandenses começaram a associá-lo à homossexualidade, expondo-o publicamente em um país que reprime com veemência essa comunidade. Sua mãe foi interrogada pela polícia, e seus irmãos foram suspensos da escola. A Earth Volunteers também perdeu apoios de escolas que temem ser ligadas à pauta LGBTQ+.
Em sua declaração ao The Guardian, Morris descreve os desafios em viver refugiado na Dinamarca, enfrentando dificuldades econômicas e impactos psicológicos. Segundo a Anistia Internacional, as novas leis ugandesas, além de reprimirem diretamente a comunidade LGBTQ+, têm sido usadas para silenciar ativistas de direitos humanos. Para Morris, o exílio é a única opção segura para seguir lutando, afirmando que "não pode voltar para Uganda" e que precisa seguir defendendo a justiça climática e os direitos humanos.
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