top of page

Avanços e desafios da representatividade LGBTQIA+ na mídia brasileira

Foto do escritor: Pimenta RosaPimenta Rosa

Exposição no Museu da Diversidade Sexual reflete a luta contra estereótipos e a sub-representação da comunidade


Apesar de avanços recentes, a representação de personagens LGBTQIA+ na mídia ainda enfrenta barreiras significativas. Dados do levantamento Visual GPS 2021 mostram que apenas 20% dos entrevistados globais veem essa comunidade regularmente nas produções audiovisuais, e muitas vezes de forma estereotipada. Exposições como a do Museu da Diversidade Sexual evidenciam como roteiros limitam narrativas LGBTQIA+ a tabus, tragédias ou papéis estigmatizados, apontando para a necessidade de mudanças profundas na forma como essas histórias são contadas.


A presença de personagens LGBTQIA+ em novelas, filmes e séries continua aquém da diversidade real e ainda é marcada por estereótipos e desfechos trágicos. Segundo Beatriz Oliveira, Gerente de Conteúdo do Museu da Diversidade Sexual, a mídia tem papel crucial na formação de percepções sociais, mas a inclusão da comunidade LGBTQIA+ enfrenta resistências.


'É importante normalizar personagens LGBTQIA+ em roteiros, mostrando suas vidas para além da sexualidade. Somos mais do que isso; somos trabalhadores, pais, mães, pessoas com problemas cotidianos', destaca.


Produções brasileiras ilustram bem esse cenário, como o emblemático caso de Rafaela e Leila, da novela 'Torre de Babel' (1998), cujo relacionamento acabou tragicamente em uma explosão, reforçando estigmas. Outro exemplo é Crô, de 'Fina Estampa' (2011), retratado de forma caricatural, sem profundidade emocional ou desenvolvimento afetivo.


Por outro lado, há histórias que começaram a mudar essa narrativa. Em 'Amor à Vida' (2013), Félix e Niko marcaram a teledramaturgia nacional com uma relação positiva, que culminou no tão esperado beijo no último capítulo. Esses avanços, ainda que lentos, mostram que é possível construir personagens mais complexos e representativos.

O tema ganha espaço também fora das telas.


Mas a expectativa para o futuro é promissora, especialmente com o anúncio do remake de 'Vale Tudo' (1988), onde a escritora Manuela Dias promete aprofundar o relacionamento entre Laís e Cecília, corrigindo os limites impostos pela censura na versão original. O desafio, entretanto, permanece: transformar a representação LGBTQIA+ em uma ferramenta de empatia e respeito, refletindo a complexidade e as vivências reais dessa comunidade. Como reforça Beatriz Oliveira, 'mostrar a diversidade de forma ampla e respeitosa é o caminho para construirmos uma sociedade mais inclusiva'.


No Museu da Diversidade Sexual, a exposição 'Pajubá: a hora e a vez do close' explora a trajetória da representação LGBTQIA+ na mídia nacional. Gratuita, a mostra está aberta ao público de terça a domingo, das 10h às 18h, na estação República do Metrô, em São Paulo.



7 visualizações

Comentários


White on Transparent.png

Inscreva-se no site para receber as notícias tão logo sejam publicadas e enviar sugestões de pauta

  • Facebook
  • Instagram
  • Twitter
  • YouTube

Obrigado por inscrever-se!

@2022 By Jornal Pimenta Rosa

bottom of page