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Foto do escritorPimenta Rosa

Câmara de Campinas vota pela abertura de processo contra vereadora Paolla Miguel (PT)

A controvérsia em torno de Paolla Miguel surgiu após sua associação a um evento cultural denominado "Bicuda", organizado pela Secretaria de Cultura da Prefeitura de Campinas, no último domingo (14/4), na Praça Durval Pattaro, em Barão Geraldo.



Em uma sessão tumultuada na noite de quarta-feira (17), a Câmara Municipal de Campinas decidiu por uma margem considerável a favor da abertura de um processo para cassar o mandato da vereadora Paolla Miguel (PT-SP). Com 24 votos a favor e apenas seis contrários, a decisão evidenciou uma clara divisão ideológica, com críticos apontando uma atuação unificada da extrema direita contra mandatos progressistas em todo o Brasil.


A controvérsia em torno de Paolla Miguel surgiu após sua associação a um evento cultural denominado 'Bicuda', organizado pela Secretaria de Cultura da Prefeitura de Campinas, no último domingo (14/4), na Praça Durval Pattaro, em Barão Geraldo. O evento foi marcado por cenas de nudez e simulação de sexo, provocando uma onda de indignação e críticas à vereadora.


Em resposta às acusações e difamações dirigidas contra a vereadora, as Secretarias Nacionais do PT manifestaram apoio e solidariedade a Paolla Miguel. Em comunicado público, enfatizaram a ausência de participação direta da vereadora na seleção ou curadoria dos artistas presentes no evento, ressaltando seu papel na destinação de emendas para a infraestrutura do mesmo, como palco e banheiros químicos.


No entanto, a reação da oposição, principalmente da extrema direita, surpreendeu muitos observadores, demonstrando uma rapidez e determinação em buscar a cassação do mandato da jovem vereadora. Paolla Miguel, por sua vez, classificou a abertura do processo como 'perseguição política', reforçando sua identidade como uma mulher negra, LGBTQIA+, e defensora dos direitos das comunidades periféricas e marginalizadas.


A polêmica em torno do evento 'Bicuda' motivou a Prefeitura de Campinas a tomar medidas, incluindo a publicação de uma portaria que estabelece a adoção de uma classificação indicativa em todas as atividades culturais apoiadas pela Secretaria Municipal de Cultura. Essa decisão visa evitar a repetição de incidentes semelhantes e proteger o direito do público de fazer escolhas informadas sobre sua participação em eventos públicos.


Com a abertura da Comissão Processante (CP) contra Paolla Miguel, presidida pela vereadora Guida Calixto (PT), o relator Gustavo Petta (PC do B) e o integrante Edivaldo Cabelo (PL), inicia-se um período de 90 dias para a investigação das acusações e a apresentação de um relatório que será votado em Plenário, determinando o destino do mandato da vereadora.


Enquanto isso, a vereadora Paolla Miguel continua sua defesa, afirmando que a perseguição política não irá deter seu compromisso com os eleitores que a elegeram para representá-los na Câmara de Campinas. Em sua rede social, com quase 1,5 mil curtidas, afirmou:



'Nos perseguem por ser quem somos! Emocionada, respondi aos vereadores presentes na vergonhosa sessão dessa quarta (17/04) que não cometemos nenhuma ilegalidade, mas somos perseguidas por ser quem somos, pelos nossos corpos pretos, LGBT, periféricos e da luta popular. Não vamos nos calar. Não aceitaremos essa perseguição caladas. A luta continua!'



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