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Candidato a vereador pela cidade do Rio, Mombaça propõe a criação da bancada da cultura

  • Foto do escritor: Pimenta Rosa
    Pimenta Rosa
  • 22 de set. de 2024
  • 4 min de leitura

Com vasta experiência no campo cultural e um olhar atento às questões raciais, Mombaça está determinado a transformar o cenário político e cultural do Rio de Janeiro. Suas propostas são voltadas para a valorização da cultura preta, a inclusão das artes no ensino fundamental e a garantia de direitos para os artistas. A criação da bancada da cultura promete ser um marco na luta por uma cultura antirracista, levando a arte como elemento transformador para a cidade e suas futuras gerações.



Trazemos hoje (22) na coluna Eleições 2024, Mombaça - cantor, compositor, empresário, produtor cultural e jornalista - que entra na corrida eleitoral como candidato a vereador pelo PSB no Rio de Janeiro. Com uma trajetória marcada pela luta contra o racismo estrutural e pela promoção da cultura preta, ele busca levar para a Câmara Municipal uma nova forma de pensar a política, defendendo a criação da 'bancada da cultura'. Com um slogan 'Por uma Cultura Antirracista', Mombaça apresenta propostas que vão desde a inclusão da arte no ensino fundamental até a defesa dos direitos autorais de artistas pretos, sempre com o samba como símbolo da identidade cultural carioca.


Você sempre quis entrar para a política? O que o motivou a se candidatar a vereador?

Eu não queria ser político, nem profissional, nem ocasional. Minha trajetória sempre foi baseada nos projetos culturais que desenvolvo, como o Sarau Preto, que já existe há 11 anos, e outros que promovem a arte e a cultura preta. No entanto, comecei a perceber as barreiras impostas pelo racismo estrutural, principalmente na seleção de projetos culturais nos editais. Fui incentivado por amigos e artistas, que viram em mim uma voz capaz de representar a cultura preta e as demandas dos artistas negros. Foi aí que decidi me candidatar e inaugurar a 'bancada da cultura' para defender esses interesses.


O que é a 'bancada da cultura' e por que ela é importante para a cidade do Rio de Janeiro?

Na política, temos diversas bancadas: da bíblia, do agronegócio, da bala, e tantas outras que defendem interesses específicos. A cultura, especialmente a cultura preta, ainda é subrepresentada. Eu quero mudar isso. A bancada da cultura tem o objetivo de defender a arte, a música, as danças e todas as expressões culturais, desde o ensino básico até os direitos dos trabalhadores da cultura. Queremos discutir a questão dos direitos autorais, a aposentadoria dos artistas, os direitos conexos no audiovisual e promover a transversalidade artística, sempre pensando na valorização da cultura preta.


Uma de suas principais propostas é levar a arte para as escolas. Como funcionaria esse projeto?

Minha principal proposta é transformar o ensino fundamental. Eu acredito que, desde cedo, as crianças já demonstram suas vocações artísticas, seja para a dança, para a música ou para as artes plásticas. Minha ideia é fazer uma parceria com as escolas de samba, que têm uma tradição histórica de ensino comunitário, para que elas participem desse processo de escolarização artística. O samba, por exemplo, é a identidade cultural do Rio, e ele pode ser uma ferramenta poderosa de ensino. Imagine um projeto onde as crianças aprendam a tocar instrumentos, dançar, e entender a teoria musical desde cedo, com uma estrutura didática sólida. Seria uma verdadeira revolução cultural.


Qual a importância do papel da música, especialmente do samba, na construção da identidade carioca?

O samba é o coração do Rio de Janeiro. Ele é mais do que um estilo musical; é a nossa identidade, é o que nos conecta como povo. Eu vejo o samba como uma linguagem que pode transformar vidas, e é por isso que ele deve ser valorizado desde a base educacional até os grandes palcos. Temos que cuidar do samba, assim como cuidamos de outras tradições culturais, garantindo que ele continue a ser uma referência nacional e internacional. O Rio de Janeiro tem que ser um exemplo de valorização da sua cultura, e o samba é o maior representante disso.


Você menciona a questão dos direitos autorais e da representatividade preta. Quais são os principais desafios que você vê nesse campo?

Um dos maiores problemas que enfrentamos é a falta de reconhecimento e a dificuldade de acesso aos direitos autorais para os artistas pretos. A maioria dos projetos culturais é julgada por comissões compostas por pessoas brancas, que muitas vezes não compreendem a importância e a relevância das iniciativas pretas. Isso cria uma barreira enorme para que esses projetos sejam aprovados e financiados. Eu mesmo, com o Sarau Preto, fui muitas vezes ignorado em editais. O que quero é trazer mais transparência e equidade para esses processos, garantindo que os artistas pretos tenham as mesmas oportunidades que os brancos.


Como a arte pode contribuir para uma cultura antirracista?

A arte é uma ferramenta poderosa de transformação. Ela tem a capacidade de sensibilizar, educar e provocar reflexões profundas. Uma cultura antirracista precisa reconhecer e valorizar as produções culturais das pessoas pretas, assim como dar espaço para que essas vozes sejam ouvidas. Quando falamos de uma cultura antirracista, estamos falando de inclusão, de representatividade e de justiça social. A arte, nesse sentido, é um veículo para romper com as estruturas racistas e construir uma sociedade mais justa.


Você fala muito sobre transversalidade artística. O que isso significa na prática?

Transversalidade artística é integrar todas as formas de arte em um mesmo projeto educativo e cultural. Não estamos falando apenas de música, mas também de dança, teatro, artes plásticas e todas as outras expressões artísticas. A ideia é promover um ensino completo, onde as crianças e jovens possam explorar suas vocações em diferentes áreas e desenvolver suas habilidades de forma integral. A cultura não deve ser vista como algo isolado, mas como parte da formação de um cidadão consciente e criativo.



QUEM É MOMBAÇA?

Cria do Jardim Sete de Abril, Paciência, Zona Oeste, o cantor, compositor, empresário, produtor cultural e jornalista Mombaça sempre acreditou na cultura carioca como ferramenta a serviço da economia criativa e sustentável, capaz de gerar emprego e renda. Ativista da causa negra, Mombaça combate a discriminação racial, sexual, social e religiosa.




COMPROMISSOS

Se eleito, Mombaça continuará a trabalhar pela valorização das principais manifestações artísticas, estabelecendo as bases de uma cultura afrofuturista carioca. Na Câmara Municipal, Mombaça vai lutar por uma educação pública de qualidade, comprometida com a indústria cultural do Carnaval carioca, fortalecendo a formação de mão de obra qualificada durante o ano todo, e não apenas nos meses que antecedem o 'maior espetáculo da Terra'.

 
 
 

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