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Foto do escritorPimenta Rosa

Cidade do Rio já conta com espaço de celebração e preservação do samba

A recém-inaugurada Academia Brasileira de Artes Carnavalescas nasce do sonho antigo de Milton Cunha e Célia de Mangueira, com o objetivo de preservar e transmitir os saberes do Carnaval brasileiro para as futuras gerações.



A cidade do Rio de Janeiro, mundialmente reconhecida como a capital do Carnaval, agora conta com uma nova e importante instituição cultural: a Academia Brasileira de Artes Carnavalescas (ABAC). Presidida pelo carnavalesco, cenógrafo e comentarista Milton Cunha, a Academia foi inaugurada no início desse mês, após anos de planejamento e dedicação. 'A criação da ABAC era um sonho antigo meu e da Célia de Mangueira, presidente da Associação das Mulheres Empreendedoras do Brasil (MEBRAIS). Vínhamos discutindo essa ideia desde os anos 2000, enquanto trabalhávamos em projetos sociais na Cidade do Samba', explica Milton.


A ABAC surge como um núcleo de preservação e celebração dos diversos saberes do Carnaval, que vão muito além dos desfiles das escolas de samba. A ideia ganhou força após a pandemia de COVID-19, quando Cunha e Célia decidiram transformar o sonho em realidade. O presidente da entidade conta que o projeto tomou impulso em 2023, com a criação de um estatuto e o registro oficial da academia, seguido da inscrição no programa Reviver Cultural, da Prefeitura do Rio de Janeiro, que contemplou 42 movimentos culturais com imóveis no centro da cidade.


'Levamos quase um ano, de dezembro de 2023 até a inauguração, para ter uma sede física. Hoje, celebramos esse espaço que acolhe e preserva a cultura popular brasileira', diz o carnavalesco.

Um dos pontos altos da Academia Brasileira de Artes Carnavalescas - localizada na Travessa do Ouvidor, no coração do Rio - é sua galeria de 'imortais do samba', um espaço dedicado às personalidades mais importantes da história do Carnaval. Na entrada da instituição, uma vitrine celebra grandes nomes que já faleceram, como Joãosinho Trinta, Rosa Magalhães, Fernando Pamplona, Laila, Tia Ciata e Pixinguinha. 'Eles são os verdadeiros ícones do samba, aqueles que deixaram um legado inestimável para o Carnaval', afirma Milton.


Além de homenagear esses mestres do passado, a ABAC também conta com uma seleção de notórios saberes atuais, reunindo mais de 120 profissionais do samba em diversas áreas, incluindo compositores, mestres de bateria, passistas, carnavalescos e pesquisadores. 'Nossa meta é chegar a 200 membros, representando o vasto e diverso conjunto de saberes do samba, que eu gosto de chamar de ‘episteme zirigdum’. Isso inclui desde o saber acadêmico até aquele transmitido pela experiência de vida no Carnaval', explica o presidente da Academia.


Diversidade e Inclusão: O Samba de Todo o Brasil Representado

A ABAC não se limita ao samba carioca. Sua missão é representar a diversidade das manifestações carnavalescas de todo o Brasil. Milton Cunha faz questão de destacar a pluralidade dos carnavais brasileiros. 'A Academia procura reunir tambores de Parintins, do Mar Abaixo, no Amapá, e até de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul. Temos representantes de São Paulo, Vitória, Recife, Salvador, e muitos outros. É uma forma de mostrar a riqueza e a diversidade dos carnavais pelo país', detalha.


A proposta da ABAC vai além da tradição acadêmica formal. A Academia é inclusiva e acessível, refletindo a própria essência do Carnaval como festa popular. 'Não temos o empolamento das academias tradicionais. Aqui, não existe dress code ou exigência de pertencer a determinado grupo social. Somos uma academia de cultura popular, aberta a todos que fazem parte dessa grande festa', enfatiza Milton.


Transmissão de Saberes: Formação de Novos Profissionais do Carnaval

Um dos grandes diferenciais da ABAC é o seu compromisso com a formação e o aperfeiçoamento de profissionais do Carnaval. A Academia funciona como um espaço de aprendizado e transmissão de saberes, oferecendo uma ampla gama de atividades educativas. 'Aqui, oferecemos cursos de composição, ritmistas de bateria, chapelaria, dança e até mesmo costura. Queremos abarcar todos os aspectos que envolvem a criação e execução de um desfile de Carnaval', revela Cunha.


Além dos cursos, a ABAC promove debates, palestras, lançamentos de livros e exibições de filmes, tudo voltado para o universo carnavalesco. 'Nossa ideia é ser um ponto de encontro dos sambistas, foliões e profissionais do Carnaval. Aqui, eles podem trocar experiências, aprender uns com os outros e, principalmente, preservar o legado do samba', explica o carnavalesco.


Um Legado para as Futuras Gerações

A criação da Academia Brasileira de Artes Carnavalescas é uma resposta à necessidade de um espaço que preserve e celebre o patrimônio cultural do Carnaval. 'O Rio de Janeiro é a capital mundial do Carnaval, e faltava uma instituição que reunisse e transmitisse esse saber para as futuras gerações', reflete Milton. A ABAC preenche essa lacuna, assegurando que o samba e suas múltiplas manifestações culturais continuem vivos e acessíveis às próximas gerações.


O compromisso com a preservação da memória e a transmissão do saber carnavalesco é o que move a ABAC, que adota como mantra o verso 'não deixe o samba morrer'.


'Essa é a missão da nossa Academia: manter viva a folia, garantir que o samba continue ecoando pelas ruas do Rio de Janeiro e de todo o Brasil', conclui Milton Cunha.



Serviço:

Funcionamento: Segunda a sexta, das 10h às 20h, e sábado das 10h às 17h.

Endereço: Travessa do Ouvidor, 9 – Centro, Rio de Janeiro

Entrada: Gratuita

Mais informações: Instagram da ABAC



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