De histórias reais a mundos fantásticos

Felipe Mendes, geógrafo e ilustrador, é o novo colaborador do Pimenta Rosa. Pela arte, transforma experiências no IBGE e vivências pessoais em narrativas que aproximam leitores de temas sociais, culturais e geográficos.

Capa do livro O Coletor de Histórias, de Felipe Mendes, o mais novo colaborador do Pimenta Rosa

Transformar o cotidiano em arte nem sempre é uma tarefa fácil, mas para Felipe Mendes, o mais novo colaborador do Pimenta Rosa, é uma missão que une paixão e propósito. Geógrafo por formação e ilustrador por vocação, Felipe encontrou no livro O Coletor de Histórias uma forma singular de dar voz às experiências vividas durante seu trabalho no IBGE e às memórias afetivas construídas com sua filha Carmen. Entre relatos engraçados, críticas sociais e um olhar atento sobre a geografia do cotidiano, suas narrativas revelam o extraordinário nas pessoas comuns e trazem reflexões que vão além das páginas. Agora, com a mesma sensibilidade e humor, Felipe promete enriquecer o Pimenta Rosa com seu olhar geográfico e artístico, explorando temas que dialogam com sociedade, cultura e inclusão. Sua primeira ilustração você verá no artigo de Eduardo Papa que será publicado amanhã (30).

Veja, agora, a íntegra da entrevista:

Como surgiu a ideia de juntar suas experiências como pai e seu trabalho no IBGE para criar "O Coletor de Histórias"?

Sempre tive a ambição de escrever histórias em quadrinhos, mas por anos estive afastado dessa ideia pelas urgências da vida. Durante a pandemia de Covid 19 fui posto em teletrabalho, e naquela época eu respeitei a determinação de distanciamento social, com "tempo de sobra", sem deslocamentos para o trabalho, e sem sair de casa acabou fluindo as primeiras histórias que deram início ao coletor de histórias.

De que forma a sua formação como geógrafo influenciou o processo de escrita e ilustração?

Certamente meu olhar como geógrafo contribuiu para a criação das histórias, inserindo críticas a nossa sociedade no meio das histórias fantasiosas.

Como foi o processo de transformar dados e entrevistas em uma narrativa para o seu livro?

Minha ideia foi apresentar aquilo que estava posto para mim, as reações típicas de quem é interpelado pelo IBGE. As situações comuns vivenciadas pelos agentes em campo são a maior fonte de inspiração para o meu trabalho.

Você se lembra de alguma história específica que contou para sua filha Carmen e que se tornou parte fundamental do livro?

Nenhuma história específica para o livro O Coletor de Histórias, mas no universo da série de histórias que eu estou trabalhando, a história de finn maccol e a calçada dos gigantes (muito apreciada pela Carmen) é uma história de grande peso para os personagens, pois o chefe da agência onde meus personagens trabalham é um dos protagonistas da história.

Que tipo de mensagem você espera passar para os leitores com o seu livro "O Coletor de Histórias"?

Acredito que O Coletor de Histórias convida a uma reflexão sobre a narrativa histórica, já que a história está sendo contada por cidadãos comuns que nada tem de especial, inclusive apresentam defeitos de pessoas normais.

Qual a importância de contar histórias para aproximar as pessoas de temas como geografia, sociedade e cultura?

Acredito que uma abordagem bem-humorada para apresentar questões sérias e complexas contribuem para uma boa absorção dos temas por um número maior de pessoas.

Você pretende seguir nessa linha de produção literária ou explorar outros formatos e gêneros? E como fazer para comprar seu livro?

Sim, pretendo seguir com as histórias de O Coletor de Histórias e venho trabalhado em uma linha de abordagem mais voltada para a didática na geografia, criando matérias verdadeiramente didáticos no campo de geografia em quadrinhos.

Para adquirir o livro, só entrar em contato através do meu WhatsApp (21 97475-9635)

Agora como colaborador do Pimenta Rosa, quais temas você espera abordar e de que forma seu olhar geográfico e artístico pode contribuir para o jornal?

Penso que as experiências como ilustrador para um jornal é muito fecunda do ponto de vista da minha evolução como artista.