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Desvendando os conflitos em Gaza: uma análise profunda e crítica numa sala de aula fictícia carioca

Foto do escritor: Pimenta RosaPimenta Rosa

Professor Eduardo Papa, jornalista e artista plástico, leva alunos de uma turma fictícia do Ensino Médio a uma jornada pela complexidade dos conflitos no Oriente Médio



Em uma aula cativante de História para uma turma fictícia do Ensino Médio na periferia do Rio de Janeiro, o professor Eduardo Papa, também jornalista e artista plástico, mergulhou fundo nos conflitos em Gaza, oferecendo uma visão perspicaz e crítica dos eventos atuais. Seu relato, recheado de expressões típicas do cotidiano carioca, revela não apenas os detalhes dos embates em território palestino, mas também sua análise sobre as transformações globais.


Papa destacou a política do governo de Israel, a resposta do Hamas e a vulnerabilidade do sistema de defesa israelense. Sua análise vai além, conectando os acontecimentos em Gaza com transformações geopolíticas globais, questionando a influência dos EUA e apontando para o ascenso da China.


Com uma didática envolvente, Eduardo Papa desafia conceitos estabelecidos, instigando seus alunos a compreender e questionar o mundo em constante evolução. Suas perspectivas, compactas e penetrantes, têm potencial para ecoar em debates que clamam por vozes críticas e conscientes. Boa leitura!



Em uma aula de história de uma turma de Ensino Médio

na periferia do Rio de Janeiro



Aluno: Fessor qual é a dessa treta lá em Israel? Passa a visão...


Professor: Tranquilidade. A parada é que lá entrou no governo um tal de Bibi, que tem fechamento com as milícias sionistas, os ‘caras’ começaram a tocar maior terror nas comunidades dos palestinos, com apoio dos puliça. Esculachando geral a população, tomando a casa e expulsando ‘os pessoal’ da comunidade pra botar os caras deles, prendendo os menor e torturando geral, tudo com o apoio dos canas e do governo.


Aluno: Que braba heim fessor!


Professor: Então, o comando do Hammas ficou boladão e decretou um Salve Geral, partiu pra dentro de Israel. Mandou uma chuva de foguetes que eles fizeram, uns mísseis lá meia boca, mas que provou que o tal de 'Iron Dome' é maior peneira.


Aluno: Que babado é esse de Iron Dome?


Professor: Um sistema de defesa aérea de Israel que eles diziam ser invencível, deu ruim pra eles, agora tão no maior cagaço lá, viram que o negócio é vagabundo, se as bombas mais ou menos do Hammas entraram, se arrumarem questão com algum cachorro grande da área, tipo Irã, Turquia, as cidades deles vão ser arrasadas.


Aluno: Mermo? E depois?


Professor: Aí os soldados do Hammas partiram pra dentro de Israel, de lancha pela praia, voando de parapent, explodindo os muros que cercam a Faixa de Gaza e entrando de moto, picape, indo direto para os postos de comando, radares, sistemas vigia eletrônica e partiram na missão militar destruindo blindados e outros equipamentos e instalações militares e capturando militares israelenses, principalmente dos sistemas de espionagem.


Aluno: Mas que muro é esse?


Professor: Ihh se liga! A parada lá é sinistra, a comunidade dos palestinos é cercada por muro, arame farpado, tipo campo de concentração, ‘os pessoal’ de lá não pode ir ao shopping, na praia dos bacanas, em lugar bom, só tem que ficar confinado na favela.


Aluno: Caraio! Que FDPs. Desculpa aí fessor, mas é demais né?


Professor: Pois é, e olha o resultado, depois que os soldados do Hammas abriram as brechas no muro, uma multidão dos favelados que ‘tavam’ lá presos passando fome, recebendo água duas horas por dia, privados de tudo, saíram pelos buracos e foram pro asfalto saquear e tocar o terror nos bacanas donos das piscinas.


Aluno: Ahh, fessor, mas aí a chapa esquentou né?


Professor: Sem dúvida! O governo de Israel jurou vingança e mandou uma chuva de bombas, cortou a água, a luz e a entrada de alimentos para 2,5 milhões de palestinos, botou abaixo escolas, hospitais, as casas das pessoas e matou milhares e milhares de civís, a maioria mulheres e crianças. Convocaram 300 mil reservistas e mandaram centenas de tanques e caveirão de todo tipo para invadir a comunidade, até um tipo de escavadeira gigante para destruir casas dos moradores.


Aluno: Então o Hammas perdeu feio


Professor: Que nada os caras tavam preparados, construíram o “metro de gaza” quilômetros de túneis e instalações subterrâneas e aguentaram o bombardeio escondidos, só aguardando os alemão, quando o exército entrou na maior marra, achando que iam passar o cerol molinho, os soldados do Hammas saíram dos buracos largando prego, com AK47 de montão, lança foguetes, uns bombão sinistro, dando cabo de um montão de caveirão e deitando uma massa de soldados inimigos. Os puliça de Israel sentiram o tranco e vazaram na correria, muitos dizendo que não iam encarar mais, tem até dois oficiais lá presos por covardia eu acho.


Aluno: Mas o exército de Israel não era o bicho? O senhor mesmo deu aula pra gente daquelas guerras todas, Israel só dava sacode nos árabes, era negócio de seis dias, uma semana no máximo tava tudo resolvido, até lembro daquele russo que você falou que ficou pistola com eles, que eram municiados com o melhor armamento soviético e não arrumavam nada, como era mesmo o nome do cara?


Professor: Nikita Krushev. Mas agora a parada é outra, completamente diferente.


Aluno: Como assim?


Professor: Naquelas guerras Israel enfrentou o exército do Rei da Jordânia, do ditador do Egito, enfim os exércitos regulares dos países árabes. Os milicos de lá são que só os daqui: pagadores de pau pro Tio Sam e uma porrada de mamateiros que só querem saber de ficar por cima da carne seca, não tão a fim de aturar guerra, arregavam rapidinho. Agora não, tão encarando tropas de insurgentes cheias de disposição.


Aluno: Insurgentes? O que é isso?


Professor: São pessoas que revoltadas contra o poder estabelecido resolvem lutar pela sua derrubada. No caso é uma luta anticolonial, pois Israel é um invasor que submete a população local à sua dominação, ocupando suas terras e tomando seus meios de subsistência.


Aluno: Entendi, tipo aquela parada de grilagem que vc explicou sobre a terra dos índios né?


Professor: Mais ou menos. A diferença é que os índios tão lá no fundão da selva e o troço fica meio escondido, mas ali o mundo inteiro ta vendo e Israel ta mal na foto, em vários países tem pessoas protestando contra a covardia de Israel, até mesmo entre os parceiros deles como os EUA e os europeus, imagina nos países muçulmanos.


Aluno: Ihh mas os americanos tão com Israel né? Ah então não tem parada, contra a força maior não tem resistência, os palestinos tão condenados, não é?


Professor: Sou professor de História e não cartomante, se tivesse bola de cristal já tinha ganhado na loteria não tava aqui roendo um osso desses, mas o mundo mudou muito, não viu a situação da Ucrânia, no começo da guerra diziam que a Rússia ia tomar uma piaba, que a Otan e os americanos iam fortalecer geral a Ucrânia e agora?


Aluno: E agora? Como é que tá?


Professor: Agora a Rússia nada de braçada, e brinca com a Ucrânia como o gato brinca com o camundongo e parece que os EUA sentiram a situação e vão largar os ucranianos na pista.


Aluno: Mas os americanos não são os reis da cocada preta?


Professor: A fila andou, menino. A China está passando de passagem na frente dos EUA. O Putin cagou pro embargo econômico deles e se deu bem, o mundo inteiro está vendo isso e perdendo o respeito, o império está ruindo e um novo mundo surgindo. Nos subterrâneos de Gaza, nas favelas cariocas e em toda parte do mundo, tem gente esperando sua vez de participar da riqueza que a humanidade gerou.


Aluno: É nós profe!

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