Dia Internacional do Beijo celebra o afeto como gesto de memória, cultura e resistência
- Pimenta Rosa
- 13 de abr.
- 2 min de leitura
Mais do que um ato de carinho, o beijo é expressão de liberdade e conexão humana. Para a população LGBTQIA+, também é símbolo de luta e visibilidade.

Celebrado mundialmente em 13 de abril, o Dia Internacional do Beijo homenageia um dos gestos mais poderosos e universais do afeto humano. Seja entre mães e filhos, entre casais, amigos ou na troca silenciosa de carinho e cuidado, o beijo conecta, protege, transforma e, muitas vezes, também resiste.
A data tem origem em uma lenda italiana, do século XIX. Segundo a história, um jovem chamado Enrique Porchelo ficou famoso por ter beijado todas as mulheres de sua vila. Em tom de desafio, um padre local prometeu um prêmio em moedas de ouro à mulher que nunca tivesse sido beijada por ele. Nenhuma apareceu. Reza a lenda que o tesouro permanece escondido desde 13 de abril de 1882 — data que se tornou símbolo do beijo no mundo todo.
Muito além do mito, o beijo é também um marco cultural. Já foi proibido na Inglaterra em 1439 para conter a disseminação de bactérias, virou gesto de reverência na TV brasileira com os selinhos de Hebe Camargo, lembrados todo 29 de setembro, e até ganhou status de cuidado com a saúde: beijar ativa 29 músculos e fortalece o sistema imunológico.
Mas, em tempos de conservadorismo e intolerância, o beijo assume também uma dimensão política, sobretudo para a comunidade LGBTQIA+. O beijo entre pessoas do mesmo gênero, ainda hoje censurado, perseguido ou alvo de reações violentas, segue sendo um dos atos mais simples e ao mesmo tempo mais potentes de afirmação de identidade e liberdade.
Beijar, nesse contexto, é resistir ao medo e ao preconceito. É transformar afeto em bandeira. É dizer: 'estamos aqui, com coragem e verdade'. Cada beijo público entre pessoas LGBTQIA+ reafirma o direito de existir plenamente, com amor e dignidade.
Neste 13 de abril, que o beijo seja celebrado em todas as suas formas: na bochecha, na testa, no selinho carinhoso ou apaixonado, porque o importante mesmo é o afeto que se compartilha.
Beijo é afeto, é memória, é cultura. E para muitas pessoas, é também luta.
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