Eleições municipais de 2024 registram aumento nas candidaturas LGBT+
- Pimenta Rosa
- 5 de out. de 2024
- 2 min de leitura
Com 967 candidatos transgêneros e mais de 2.300 candidaturas de gays, lésbicas, bissexuais, assexuais e pansexuais, a diversidade nas eleições municipais de 2024 atinge um novo marco no Brasil.

As eleições municipais de 2024 representam um avanço histórico na inclusão de candidaturas LGBT+ no Brasil. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 967 pessoas se declararam transgêneras nos registros oficiais, o que demonstra um crescimento significativo em comparação aos anos anteriores. Além disso, o país conta com mais de 2.390 candidaturas de pessoas que se identificam como gays, lésbicas, bissexuais, assexuais ou pansexuais, refletindo o aumento da representatividade LGBT+ no cenário político.
Este ano marca a primeira vez em que a identidade de gênero é uma informação obrigatória na ficha de inscrição dos candidatos. Do total de registros, 0,21% dos candidatos se declararam transgêneros, enquanto 20,02% preferiram não informar o gênero. A opção de usar o nome social também foi utilizada por 342 candidaturas, reforçando a busca por visibilidade e respeito à identidade de gênero.
A força da diversidade
Embora a maioria dos candidatos ainda seja cisgênero, as eleições de 2024 evidenciam o crescente protagonismo de candidaturas LGBT+. Os números apontam que, entre os candidatos que optaram por declarar sua orientação sexual, 2.390 pessoas se identificam como gays, lésbicas, bissexuais, assexuais ou pansexuais. Embora essa representatividade ainda seja pequena — com 98,27% dos candidatos se declarando heterossexuais — o aumento de candidaturas LGBT+ é um sinal de que a diversidade está ganhando espaço nas urnas.
São Paulo como exemplo de inclusão
No estado de São Paulo, onde estão registrados 76.830 candidatos, 160 se declararam transgêneros. É importante destacar que 62,05% dessas candidaturas são de pessoas que se autodeclaram pretas ou pardas, demonstrando a interseccionalidade entre raça e gênero no processo eleitoral. Além disso, 73 candidatos optaram por se registrar com o nome social, um dado que reforça a importância de garantir o respeito às identidades de gênero na política.
No que diz respeito à orientação sexual, 31,59% dos candidatos paulistas declararam suas identidades. Desse total, 0,72% são gays, 0,44% lésbicas e 0,31% bissexuais, enquanto assexuais e pansexuais somam 0,18%. Apesar de o número de candidaturas LGBT+ ainda ser pequeno, o crescimento em relação às eleições anteriores é um sinal positivo de que cada vez mais pessoas estão buscando ocupar esses espaços e lutar por políticas públicas que representem a diversidade.
O avanço da visibilidade e os desafios
A inclusão de dados sobre identidade de gênero e orientação sexual nos registros das candidaturas é um avanço importante rumo a eleições mais transparentes e inclusivas. No entanto, o cenário ainda apresenta desafios. Com 79,77% dos candidatos se identificando como cisgêneros e a grande maioria ainda se declarando heterossexual, a luta pela ampliação da representatividade LGBT+ nos espaços de poder continua.
O aumento de candidaturas LGBT+ nas eleições de 2024 demonstra a importância da visibilidade e da luta por direitos igualitários. Com mais candidatos abertamente LGBT+ disputando cargos públicos, o Brasil avança em direção a uma política mais plural e diversa, que inclui as vozes e demandas de todas as pessoas, independentemente de gênero ou orientação sexual.
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