Empresas multinacionais lideram combate à LGBTfobia e priorizam inclusão nos locais de trabalho
Atualizado: 20 de mai.
Certificações e políticas internas refletem compromisso com a diversidade e justiça social
Desde a decisão do Supremo Tribunal Federal em 2019, que classificou a LGBTfobia como um crime inafiançável e imprescritível, a comunidade LGBTQIAPN+ tem buscado avanços significativos na garantia de seus direitos, especialmente no ambiente de trabalho. No entanto, uma pesquisa recente conduzida pelo Catho revelou que, mesmo com essa determinação legal, 52% dos indivíduos pertencentes a essa comunidade ainda enfrentam preconceitos nos locais de trabalho nos anos seguintes.
Em resposta a essa realidade preocupante, algumas empresas globais têm se destacado ao adotar medidas concretas para combater a LGBTfobia e promover a inclusão em seus escritórios e galpões. Nomes como IBM, Bristol Myers Squibb e Accor têm liderado esse movimento, reconhecendo os benefícios não apenas para seus colaboradores LGBTQIAPN+, mas também para a própria empresa.
Kaká Rodrigues, cofundadora da consultoria Div.A – Diversidade Agora!, especializada em diversidade e inclusão, explica que as organizações que investem nesses valores além de criarem ambientes de trabalho mais justos e inclusivos, também fortalecem sua reputação, atraem talentos diversos e impulsionam a inovação.
'Organizações que promovem a diversidade e a inclusão não apenas beneficiam seus colaboradores com a construção de ambientes de trabalho mais diversos, inclusivos e justos, mas também fortalecem sua reputação, atraem talentos variados e impulsionam a inovação', relata Kaká.
O reconhecimento dessas empresas como locais ideais para pessoas LGBTQIAPN+ trabalharem vem através de certificações que avaliam políticas, práticas e benefícios relacionados à inclusão. Essas certificações destacam não apenas a oferta de benefícios tangíveis, como apoio a tratamentos de fertilidade e licença parental, mas também a importância de uma cultura organizacional que valorize a diversidade em todas as suas formas.
Renata Torres, também cofundadora da Div.A e especialista em diversidade e inclusão, ressalta a necessidade de que esses benefícios sejam oferecidos de forma inclusiva, sem distinção baseada em identidade de gênero ou orientação sexual. Ela destaca que a luta contra a LGBTfobia deve ser incorporada em todas as etapas do processo organizacional, desde o recrutamento até a demissão, garantindo um ambiente de trabalho verdadeiramente inclusivo e acolhedor.
'A luta contra a LGBTfobia começa no processo seletivo, que deve ser livre de preconceito, assim como a contratação, promoção, manutenção e demissão das pessoas colaboradoras daquela organização. Não adianta oferecer benefícios se o ambiente de trabalho não possui valores não discriminatórios em seu dia a dia, permitindo que cada pessoa possa ser livre para se expressar da maneira como realmente é', defende Renata.
Além disso, Renata enfatiza a importância de que as iniciativas corporativas sejam proativas, antecipando-se às demandas e criando políticas internas claras e acessíveis a todas as pessoas colaboradoras. Para ela e Kaká, a inclusão de pessoas LGBTQIAPN+ vai além de uma questão de justiça social, mas também uma estratégia de negócios inteligente, que fortalece equipes, amplia perspectivas e assegura um futuro mais próspero e sustentável para todas as partes envolvidas.
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