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Museu da Diversidade Sexual dá visibilidade à história das pessoas intersexo no Brasil

Foto do escritor: Pimenta RosaPimenta Rosa

Exposição 'Pajubá' destaca obras que abordam as lutas e desafios das pessoas intersexo, incluindo a representação na bandeira LGBTQIA+



Pessoas intersexo, que possuem características sexuais congênitas não enquadradas nas normas médicas e sociais para corpos femininos ou masculinos, enfrentam estigma, discriminação e violações de direitos humanos. No Brasil, apesar da ausência de levantamentos específicos, dados do DataSUS revelam que 104.557 nascidos vivos foram registrados com 'sexo ignorado' entre 2014 e 2021, representando 1,6% do total de bebês no período.


Historicamente, a intersexualidade foi vista como uma condição a ser “corrigida”, resultando em intervenções cirúrgicas e hormonais invasivas e sem consentimento, muitas vezes realizadas em bebês e crianças. Nos últimos anos, a conscientização sobre os direitos das pessoas intersexo tem avançado, assim como o reconhecimento das violações que enfrentam. No entanto, poucos países garantem acesso integral à saúde e direitos de cidadania para essa parcela da população.


Para dar visibilidade e contar a história de pessoas intersexo no Brasil, o Museu da Diversidade Sexual apresenta a obra 'Emília é Homem' na exposição 'Pajubá: a hora e a vez do close'. A obra é uma matéria de jornal que narra a história de uma pessoa intersexo em Minas Gerais, que, ao nascer, foi designada como mulher, apesar de suas condições genéticas dúbias. Ao longo dos anos, essa pessoa desenvolveu traços masculinos e passou a se identificar como homem, adotando o nome David. Além dessa obra, a exposição também inclui o livro e cartaz da peça 'O Patinho Torto', que dramatiza essa história.


Amara Moira, coordenadora de Educação, Exposições e Programação Cultural do Museu da Diversidade Sexual, destaca a importância da preservação e exposição de obras e documentos históricos sobre pessoas intersexo. 'A preservação e exposição de obras e documentos históricos sobre pessoas intersexo é essencial para garantir visibilidade, educação e conscientização sobre o tema, além de resguardar a história', afirma. Para Amara, a documentação histórica assegura que as existências e experiências dessas pessoas sejam reconhecidas e validadas, contribuindo para uma representação inclusiva.


Em 2021, em um esforço para aumentar a visibilidade das pessoas intersexo, a designer Valentino Vecchietti redesenhou a bandeira LGBTQIA+ para incluir a figura do orgulho intersexo. A bandeira atualizada incorpora um fundo amarelo com um círculo roxo no centro, simbolizando as construções tradicionais de identidades binárias (masculino e feminino). Morgan Carpenter, da Intersex Human Rights Australia, explica que a bandeira reflete a luta por reconhecimento e direitos das pessoas intersexo.


Para Amara Moira, a mudança na bandeira representa um avanço significativo na inclusão de diversos grupos dentro da comunidade LGBTQIA+:


'Ao atualizar e incluir novas cores e símbolos na bandeira, conseguimos representar a ampla gama de identidades que existem, reafirmando o compromisso com a inclusão e respeito por todas as identidades dentro da comunidade LGBTQIA+', conclui.


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