O crepúsculo da democracia e o arco-íris em sombra: um alerta do Relatório V-Dem 2025
- Ronaldo Piber
- 20 de mar.
- 2 min de leitura

Por Ronaldo Piber*
Caros leitores e leitoras, preparem-se para um mergulho em dados que, embora alarmantes, são cruciais para entendermos o panorama global e, principalmente, como ele afeta a nossa comunidade. O recente relatório do Instituto V-Dem, uma bússola que monitora a saúde democrática no planeta, acende um sinal vermelho preocupante: a autocratização avança, e os direitos LGBTQIA+ estão na linha de frente desse retrocesso.
O avanço sombrio da autocracia
O Relatório V-Dem 2025 revela um cenário onde 72% da população mundial vive sob regimes autocráticos ou em democracias em processo de deterioração. Pasmem, esse número não era assim desde 1978! Essa escalada autoritária não é apenas um número, mas um prenúncio de tempos sombrios para as minorias, em especial a nossa.
Onde a liberdade se esvai: um mapa da opressão
O mapa da liberdade está se redesenhando, com regimes como a Rússia, Bielorrússia, Afeganistão e Nicarágua liderando o ranking da repressão. Nesses locais, a diversidade é vista como ameaça, e a perseguição se torna política de Estado. Além disso, em poucos meses governando, já conseguimos verificar que políticas públicas para a população LGBTPQIA+ nos Estados Unidos, com o atual Presidente Donald Trump, está em colapso.
O impacto na comunidade LGBTQIA+: um alvo preferencial
A história nos ensina que, em tempos de autoritarismo, somos os primeiros a sermos silenciados. A retórica antigênero ganha força, leis discriminatórias se multiplicam e a violência se intensifica. A agenda "anti-ideologia de gênero" é o novo disfarce para velhas formas de opressão.
O Brasil em alerta: a vigilância constante
Embora o Brasil ainda figure como uma democracia, a polarização política e os ataques à diversidade nos colocam em alerta. A nossa luta por direitos não pode ser negligenciada, pois a história nos mostra que a autocracia se instala sorrateiramente.
A resistência arco-íris: nossa arma contra a opressão
Diante desse cenário, a pergunta que ecoa é: como resistir? A resposta reside na nossa união, na nossa voz e na nossa capacidade de transformar a dor em luta. Precisamos:
Fortalecer a nossa comunidade: Apoiar organizações LGBTQIA+, criar redes de proteção e promover a educação em direitos humanos.
Defender a democracia: Participar ativamente da vida política, combater a desinformação e defender as instituições democráticas.
Amplificar nossas vozes: Usar as redes sociais, a arte e a cultura para promover a diversidade e combater o preconceito.
Buscar alianças: Unir forças com outros grupos minoritários e defensores dos direitos humanos.
A esperança em meio à tempestade
Apesar do cenário desafiador, não podemos perder a esperança. A história é cíclica, e a luta pela liberdade sempre encontra novos caminhos. A nossa resistência é a chama que pode reacender a esperança e iluminar o caminho para um futuro mais justo e igualitário.
Lembrem-se, caros leitores, a nossa luta é constante, e a nossa voz é a nossa maior arma. Juntos, podemos construir um mundo onde o arco-íris brilhe em toda a sua plenitude.
*Ronaldo Piber
Advogado e colunista do Jornal Pimenta Rosa
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