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Foto do escritorPimenta Rosa

Pais solos, tardios ou casais homoafetivos: como a reprodução assistida colabora com esse sonho?

De acordo com o especialista em reprodução humana, Dr. Nilo Frantz, da Nilo Frantz Medicina Reprodutiva, em São Paulo, existem diversos tratamentos, entre eles o congelamento de sêmen.


Muitas vezes, ao falarmos sobre reprodução humana é focado apenas na realização do sonho da mulher em relação a maternidade, mas os tratamentos reprodutivos também tem o objetivo de colaborar em sonhos de casais e de homens que queiram realizar sozinhos o desejo de ter um filho. Dados do IBGE apontam que entre 2005 a 2015, chegou a 4% o número de pais solteiros no Brasil.

Mas de que forma a reprodução assistida consegue colaborar nesses casos?

De acordo com o especialista em reprodução humana, Dr. Nilo Frantz, da Nilo Frantz Medicina Reprodutiva, em São Paulo, existem diversos tratamentos, entre eles o congelamento de sêmen.

'O procedimento tem como finalidade preservar a fertilidade masculina. E pode ser uma opção para homens em tratamentos de quimioterapia e radioterapia, que desejam fazer vasectomia e querem manter a possibilidade de uma paternidade futura, homens que enfrentam doenças degenerativas, tratamentos contra infecções virais, cirurgias que possam interferir na capacidade reprodutiva, entre outros casos', explica Frantz.

Vale lembrar que o congelamento de sêmen, assim como o congelamento de óvulos, não tem prazo de validade. Ou seja, o sêmen pode ficar congelado até o responsável definir o momento certo de utilizá-lo.

Pais solos e casais homoafetivos

O processo para formar o embrião é parecido e demorado nesses dois casos. Quem opta pela produção independente terá que passar pelo processo da coleta de esperma para a realização de uma fertilização in vitro, além de precisar da doação de óvulos e de um útero de substituição deve ser emprestado de forma solidária e temporária apenas para o procedimento de gravidez.

Segundo Frantz o útero de substituição é quando o bebê é gerado com o óvulo de uma mulher, mas gestado no útero de outra mulher.

'Esse procedimento é feito sem fins lucrativos, já que no Brasil é proibido o caráter comercial da cessão do útero, conhecida como barriga de aluguel. O útero de substituição é indicado para mulheres com ausência de útero, defeitos congênitos, doenças com alto risco de morte durante a gestação, casais homoafetivos masculinos, homens solteiros, entre outros', explica Frantz.

A doação dos óvulos, de acordo com as determinações do Conselho Federal de Medicina, devem ser feita por mulheres que estão em tratamento de reprodução assistida

O homem ou o casal homoafetivo masculino custeará os gastos da indução ovulatória da receptora. E em seguida, o óvulo quando estiver preparado para a fertilização in vitro, receberá o sêmen e após a fecundação o embrião será inserido no útero.

'Em nosso país, ainda existem algumas normas em relação ao grau de parentesco em que a barriga solidária precisa atender. De acordo com o CFM, é necessário que seja parente consanguíneo de até 4º grau', afirma Frantz.

Paternidade tardia

Diferentemente das mulheres que sofrem com o relógio biológico e a drástica queda na quantidade de óvulos com o passar dos anos, os homens não possuem esse problema, podendo gerar vidas até o fim de suas vidas. Porém, o especialista explica que na medida que os homens vão envelhecendo, mais aumentam as chances do bebê poder nascer com alguma alteração genética.

'A idade paterna avançada pode estar associada a outros problemas de gravidez como abortos, partos prematuros e mortes fetais. É importante levar em consideração estudos indicando que as chances dos filhos nascerem ou desenvolverem certas doenças aumentam nos casos em que o pai tem mais de 42 anos. Os bancos de sêmen no Brasil, por exemplo, não aceitam doadores com idade superior a 40 anos', afirma Frantz

Além do congelamento de sêmen e da fertilização in vitro, existem outros dois procedimentos que também podem ser utilizados por quem deseja ser pai mais velho: a Análise de taxa de fragmentação do DNA Espermático e a punção testicular.

“O teste de fragmentação do DNA espermático é um exame específico que avalia a taxa de gametas masculinos fragmentados. Dessa forma, é uma avaliação mais profunda da qualidade do sêmen, que analisa a estrutura genética dos gametas. O espermatozoide só consegue chegar até o óvulo para fecundá-lo se o seu material genético estiver íntegro. Se houver danos no DNA, mesmo que pequenos, é possível que a capacidade reprodutiva do gameta esteja comprometida”, afirma Frantz.


Já a punção testicular é um procedimento no qual se consegue captar espermatozoides de maior qualidade, que recém tenham sido produzidos no órgão. Esse processo também é feito em casos de homens com azoospermia, quadro em que não são encontrados espermatozoides no líquido ejaculado.

'A punção também é indicado para quem tem obstrução dos ductos deferentes por infecção, homens que fizeram vasectomia e que não conseguem ejacular por problemas do sistema nervoso', finaliza Frantz.

Com todas essas formas de tratamento e com os avanços tecnológicos no meio da reprodução assistida, cada vez mais é possível que os homens consigam realizar uma produção independente. Vale lembrar que é necessário que sejam procurados profissionais qualificados e que se faça uma investigação para que seja implementado o tratamento mais adequado a sua condição.

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