Pesquisa revela que 7 em cada 10 estudantes LGBTI+ se sentem inseguros na escola por causa da aparência
- Pimenta Rosa
- 16 de abr.
- 2 min de leitura
Lançada em Brasília, no Conselho Nacional de Educação, a “Pesquisa Nacional sobre o Bullying no Ambiente Educacional Brasileiro” aponta que 86% dos jovens LGBTI+ não consideram a escola um espaço seguro; 34% relatam ter sofrido agressões físicas no último ano

Dados da Pesquisa Nacional sobre o Bullying no Ambiente Educacional Brasileiro (2024) revela a realidade alarmante vivida por adolescentes e jovens LGBTI+ nas escolas brasileiras: 7 em cada 10 afirmam sentir-se inseguros no ambiente escolar por conta de sua aparência. O estudo, realizado pela Aliança Nacional LGBTI+ em parceria com o Plano CDE e apoio do Instituto Unibanco, foi divulgado na manhã desta quarta-feira (16) no Auditório do Conselho Nacional de Educação (CNE), em Brasília.
A pesquisa ouviu 1.170 estudantes LGBTI+ com 16 anos ou mais que frequentaram instituições de ensino no Brasil em 2024. Os dados revelam que 86% dos respondentes não consideram a escola um espaço seguro quando se trata de características visuais como corpo, roupas, cabelo, ou expressão de gênero. Além disso, 34% relataram terem sido vítimas de agressões físicas no ambiente escolar no último ano.
Realizado entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025 por meio de questionário online, o levantamento destaca com clareza os grupos mais vulneráveis. Jovens trans (67%) e meninos que não se encaixam nos padrões tradicionais de masculinidade (59%) estão entre os que mais se sentem ameaçados, seguidos por estudantes gays, lésbicas, bissexuais ou assexuais (49%), meninas fora dos padrões de feminilidade (40%) e pessoas com corpos considerados “fora do padrão” (40%).
A divulgação dos dados reforça a urgência de ações efetivas. Para Toni Reis, Diretor-Presidente da Aliança Nacional LGBTI+, o problema vai além das estatísticas e exige comprometimento coletivo:
'A insegurança impacta diretamente o desempenho acadêmico dos estudantes, tornando fundamental o cumprimento das leis existentes sobre bullying, bem como das diretrizes estabelecidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Conselho Nacional de Educação. É crucial que toda a comunidade escolar – direção, equipe pedagógica, professores, estudantes e a comunidade em geral – atue de forma articulada e consistente para enfrentar esses desafios.'
Ricardo Henriques, superintendente executivo do Instituto Unibanco, destacou a relevância do levantamento como instrumento para formulação de políticas públicas:" O estudo está alinhado aos esforços de prevenção ao bullying e às discriminações de caráter machista e homotransfóbico, visando contribuir para a construção de uma convivência escolar democrática e promotora dos direitos humanos."
A pesquisa convida toda a sociedade a refletir e agir diante da violência escolar, sobretudo aquela motivada por preconceitos. É um chamado à responsabilidade compartilhada para que as escolas brasileiras deixem de ser espaços de medo e exclusão e se tornem verdadeiros territórios de acolhimento, respeito e liberdade.
Conheça a pesquisa completa, acessando Pesquisa Nacional Sobre o Bullying no Ambiente Educacional Brasileiro (2024) - Aliança Nacional LGBTI.
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