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Polêmica no Carnaval: avaliação de jurada sobre uso de iorubá no samba da Unidos de Padre Miguel gera críticas

  • Foto do escritor: Pimenta Rosa
    Pimenta Rosa
  • 8 de mar.
  • 2 min de leitura

Decisão de retirar pontos da escola por 'excesso de termos em iorubá' levanta debate sobre racismo e desconhecimento da cultura afro-brasileira. Agora, a escola busca reverter o resultado, ingressando com um recurso junto à LIESA.



A avaliação da jurada Ana Paula Fernandes sobre o samba-enredo da Unidos de Padre Miguel provocou indignação nas redes sociais. A avaliadora retirou 0,3 pontos da escola e justificou parte da pontuação descontada com a alegação de 'excesso de termos em iorubá' na letra da obra. A decisão gerou fortes críticas, conforme O Globo, levando a escola a se manifestar contra o critério adotado.


'Despontuar uma escola por utilizar o dialeto de sua cultura é, no mínimo, uma avaliação despreparada', declarou a agremiação em publicação no X (antigo Twitter). A Unidos de Padre Miguel ressaltou que não pretende 'esquecer' sua oralidade para atender a um 'acadêmico não negro'.


O samba-enredo deste ano contou a trajetória de Francisca da Silva, a Iyá Nassô, fundadora do Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho, em Salvador, no século XIX. No Livro Abre-Alas, a escola justificou o uso da língua iorubá como parte essencial da narrativa: 'As palavras em iorubá do samba e do enredo são fundamentais primeiro como vivência do Axé da Casa Branca e, segundo, como forma de resistência do Axé de Iyá Nassô, iorubá de Oyó, contextualizando sua vida e sua trajetória.'


Nas redes sociais, especialistas e figuras públicas criticaram a penalização. 'Retirar ponto da Unidos de Padre Miguel por excesso de termos em iorubá, além de racismo explícito, é um excelente exemplo do despreparo dos jurados em relação a temas ligados ao continente africano', escreveu João Raphael, mestre em educação pela UFRJ. Já a vereadora Tainá de Paula questionou: 'Um enredo que trata sobre Iyá Nassô, matriarca do candomblé Ketu, deveria cantar sua história em termos europeus?'


Além da questão linguística, a jurada retirou outros 0,2 pontos, alegando falta de clareza na narrativa em um trecho do samba e falta de inovação melódica. No entanto, a nota 9,7 atribuída por Fernandes foi descartada no somatório final, por ser a menor no quesito.

A escola terminou a apuração com 266,8 pontos e foi rebaixada à Série Ouro.


Em nota oficial, a direção da Unidos de Padre Miguel reconheceu falhas, mas classificou as notas como 'baixas e injustas'. A agremiação anunciou que vai recorrer da decisão junto à Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), alegando 'inconsistências graves' na avaliação, incluindo penalizações por falhas técnicas no som, fora de sua responsabilidade.






 
 
 

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@2022 By Jornal Pimenta Rosa

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