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  • Foto do escritorPimenta Rosa

Resistência lésbica marca abertura da sede administrativa do Museu da Diversidade Sexual

Novo espaço do MDS, na Avenida São Luís, abrigará exposição dedicada aos 40 anos do movimento a visibilidade lésbica no Brasil

Na foto, Rosely Roth, grande nome no movimento lésbico em São Paulo, lendo um exemplar do jornal Chana com Chana que foi vetado de circular no Ferro’s Bar (Foto divulgação - Folha Press)


Em comemoração ao mês da visibilidade lésbica, o Museu da Diversidade Sexual (MDS), instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, abre hoje, (19/8) a exposição Quando as lésbicas se levantam: a luta e a resistência sapatão nos anos 80. A mostra conta, por meio de cartazes, cartas, vinis raros e fotos, a história de um dos movimentos mais importantes da comunidade LGBTQIAP+ e que muitas vezes é invisibilizado nas lutas.

Durante a exposição também será projetado em 3D vídeos do Ferro’s Bar, espaço historicamente reconhecido como berço do movimento lésbico brasileiro no começo dos anos 1980 e local onde mulheres lésbicas podiam expressar sua identidade sem medo de julgamentos ou discriminação. Ao longo de quadro décadas o bar se destacou por acolher e unir mulheres de diferentes origens, idades e trajetórias de vida, tornando-se um ponto emblemático para a comunidade lésbica paulista.

Em alusão a data, o MDS preparou uma programação especial. No dia 19 de agosto haverá, em colaboração com Sesc 24 de Maio, o Museu Judaico, o Cine Sapatão, o Gaavah e o Arquivo Lésbico Brasileiro, o Orgulho Lésbico – 40 anos do Levante do Ferro’s Bar. O evento, que reúne artesãs, musicistas e poetas, terá como ponto alto a apresentação das Sapatrônicas, grupo que promoverá uma caminhada do Ferro’s Bar até a nova sede administrativa do MDS.

'O MDS ocupa a rua como fizeram as figuras históricas do movimento com a intenção de contribuir para os esforços culturais e políticos das comunidades com as quais atua, além de fortalecer economicamente iniciativas empreendedoras desses grupos. É uma oportunidade para a celebração da vida e memória lésbica brasileira, e também para o trabalho de mediação dessas lembranças, e seus apagamentos, junto às novas gerações', afirma a coordenadora de exposições e programação cultural do MDS, Adelaide de Estorvo.

A exposição de estreia tem curadoria das pesquisadoras, ativistas e historiadoras, Rita Cerqueira e Daniela Wainer e vai mostrar formas de resistência sapatão no Brasil nos anos 80, momento em que a existência lésbica passa a ser entendida de forma política.

'Trabalhamos naquele tênue equilíbrio entre memória e história, registro e esquecimento. Assim como há muitas lacunas, há também alguns registros de resistência que merecem ser lembrados. Não temos como esgotar um assunto tão amplo, mas pretendemos apontar alguns momentos importantes, celebrar nossa história e quem sabe provocar a que novas pesquisas, exposições e registros sejam feitos para que, no futuro, possamos ter ainda mais orgulho do nosso passado', afirmam Wainer e Cerqueira.

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