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Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz são condenados por assassinar Marielle Franco e Anderson Gomes

Foto do escritor: Pimenta RosaPimenta Rosa

Lessa é condenado a 78 anos de prisão e Élcio de Queiroz a 59 anos. Eles também condenados a pagar juntos R$ 706 mil em indenização por dano moral para cada uma das vítimas.



Terminou no início dessa noite de quinta-feira (31) o julgamento no 4º Tribunal de Júri dos ex-sargentos da Polícia Militar, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, réus pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018. Lessa foi condenado a 78 anos e 9 meses. Élcio de Queiroz a 59 anos e 8 meses. Os dois também foram condenados a pagar juntos R$ 706 mil em indenização por dano moral para cada uma das vítimas.


A vereadora Marielle Franco (PSOL/RJ) e seu motorista Anderson Gomes foram executados por volta das 21h do dia 14 de março, numa esquina do bairro do Estácio, logo após saírem da Casa das Pretas, na Rua dos Inválidos, na Lapa, onde a parlamentar participou de debate. Marielle foi atingida por quatro tiros na cabeça; Anderson levou ao menos três tiros nas costas, e apenas Fernanda Chaves, ex-assessora da parlamentar, que se senta ao lado da vereadora, sobreviveu ao atentado.



VEJA A SENTENÇA DETERMINADA PELA JUÍZA LUCIA GLIOCHE




Depoimentos

O julgamento começou nesta quarta-feira e foi marcada por depoimentos emocionantes. Ronnie Lessa, acusado de disparar contra as vítimas, admitiu ter cometido o crime em troca de uma recompensa financeira de R$ 25 milhões, dizendo que "poderia matar o papa" devido à "cegueira" pelo dinheiro.


“Eu fiquei cego; minha parte eram R$ 25 milhões. Podia falar assim: era o papa, que eu ia matar o papa, porque fiquei cego e reconheço. Vou cumprir o meu papel até o final, e tenho certeza absoluta de que a Justiça será feita”, afirmou o ex-policial.

Lessa também disse que se arrepende de ter cometido o crime e pediu "perdão às famílias do Anderson, da Marielle, da minha própria e a toda a sociedade pelos atos que nos trazem até aqui”.


O depoimento de Élcio de Queiroz foi o último da sessão. Responsável por dirigir o veículo, alegou que só se deu conta da intenção homicida ao ver Lessa se armar. Queiroz descreveu a dinâmica do crime e disse que, no momento, acreditava que apenas a vereadora havia sido morta:


“No momento em que eu percebo que era um homicídio, foi quando ele estacionou e falou: agora você tem que me ajudar. Ele vai para trás eu olho no retrovisor e ele [Lessa] está se equipando, ele tira da bolsa a submetralhadora e coloca um silenciador”, afirmou o réu.


E continuou:


“O carro de Anderson estava parado transversal à rua. O Ronnie falou: ‘É agora, emparelha’. Quando ele falou, eu fui em direção ao carro, deixo o meu vidro do motorista ficar paralelo ao vidro do carona. O Ronnie já tinha abaixado o vidro, e eu só escutei os disparos; foi uma rajada”, complementou Queiroz.


Emoção

A primeira testemunha ouvida foi Fernanda Chaves, ex-assessora de Marielle e única sobrevivente do atentado. Fernanda relembrou o desespero ao ouvir os tiros e ver Anderson ser atingido. “O Anderson esboçou dor e depois caiu”, relatou. A mãe de Marielle, Marinete da Silva, também depôs, descrevendo os réus como "covardes" e ressaltando a história de luta da filha. "Ela queria ser diferente, queria ser a professora, a mãe. Sentimos falta dela nesses seis anos e sete meses; minha dor não tem nome”, declarou, em apelo por justiça para Marielle e Anderson.


A viúva de Marielle, Mônica Benício, afirmou que a companheira estava em "um momento muito feliz da vida" e que “a única justiça possível seria não precisar estar aqui e ter Marielle e Anderson vivos”. Em um depoimento comovente, lembrou dos momentos com Marielle, incluindo a última declaração de amor que ouviu antes de sua morte.


Agatha Arnaus Reis, viúva de Anderson, também prestou seu depoimento. Mãe de um menino autista, expressou o impacto da ausência do pai na vida do filho. "Eu tenho certeza de que a ausência do Anderson impactou o desenvolvimento do Arthur. Ele nunca terá um pai como o Anderson", disse, destacando as dificuldades que enfrentou para criar o filho sozinha após a perda.


Além das declarações de familiares, outras testemunhas do caso também foram ouvidas: Carlos Alberto Paúra Júnior (investigador), Luismar Cortelettili (agente da Polícia Civil do Rio), Carolina Rodrigues Linhares (perita criminal), Guilhermo Catramby (delegado da Polícia Federal) e Marcelo Pasqualetti (policial federal).



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