Europa dá show de diversidade e elege duas mulheres trans como Miss

A modelo holandesa Rikkie Valerie Kolle e a comissária de bordo portuguesa Marina Machete estarão em El Salvador, no dia 18 de Novembro, para disputar o concurso de Miss Universo

Os concursos de Miss, tão famosos há décadas, que consagraram musas brasileiras como a bela Marta Rocha e a atriz Vera Fischer, voltou aos trend topics nas redes sociais. Na edição do Miss Universo deste ano, dia 18 de Novembro, em El Salvador, duas candidatas deverão ser o foco das atenções. A estonteante comissária de bordo portuguesa Marina Machete (foto), eleita na última semana, e a modelo holandesa Rikkie Valerie Kolle, ambas mulheres trans.

Para Jaqueline Brasil, fundadora da Casa Brasil (espaço de acolhimento para homens trans no Rio Grande do Norte) e militante do Movimento Trans no Rio Grande do Norte e no Brasil, notícias como essas precisam ser comemoradas. Servem como um importante combustível para que jovens trans possam sonhar com uma nova realidade.

'São os sonhos que movem as nossas vidas e uma notícia como essa serve para incentivar nossos jovens a sonhar e lutar para conquistar seu espaço. Temos de mostrar a esses milhares de jovens que tudo é possível de ser realizado', frisou Jaqueline.

A mesma opinião é compartilhada pela artista plástica Rosália Surreal, que viveu na pele a discriminação contra a comunidade trans durante sua transição. Esse é um novo momento, comemorou, com a oportunidade de mulheres trans participarem de tradicionais eventos internacionais, como concurso de Miss, e ganharem.

'Vivemos um novo momento. Por muito tempo as trans tiveram espaço negado por preconceito da sociedade. Foram proibidas de participar de esportes, de usar banheiro público, de trabalhar, fazendo com que muitos acabassem na prostituição. Essa nova geração de mulheres trans está chegando com uma outra cabeça, de brigar por direitos, de ocupar seus espaços. Temos de aplaudir essas conquistas', concluiu Rosália.