Vereadora Benny Briolly retira nome de escravocrata de escola de Niterói
A primeira vereadora trans de Niterói fez a indicação legislativa para mudar o nome de Infante Dom Henrique para Escola Municipal Maria Felisberta
Negra e trans, a vereadora Benny Briolly de Niterói, entrou na luta contra personagens que viveram da escravização de negros e indígenas. A partir de uma indicação legislativa dela, o nome da Escola Municipal Infante Dom Henrique foi alterado para Escola Municipal Maria Felisberta. A mudança partiu do desejo das professoras em alinhar as iniciativas da escola ao nome da instituição. Visto que Infante Dom Henrique foi um torturador português reconhecido como patrono da escravidão.
O novo nome homenageia Maria Felisberta, que fez de sua vida a entrega para o avanço da educação em Niterói. Formada em pedagogia e ocupando diferentes cargos no setor de educação da antiga capital fluminense, Felisberta deixou um dos legados mais inspiradores na militância pela educação enquanto forma de liberdade e libertação em Niterói.
“Maria Felisberta tem um legado que inspira nossos passos em busca de uma educação revolucionária em Niterói. Sua dedicação e perseverança é um marco para nossa cidade. Romper com mais um resquício do processo escravocrata e homenagear quem merece reconhecimento é um grande objetivo para nós", conta Benny Briolly, autora da indicação legislativa.
Localizada na Engenhoca, a escola atua com a educação antirracista para alunas e alunos da primeira infância. Colocando em prática a Lei 10.639, a instituição apresenta os verdadeiros protagonistas da história do país que foram historicamente apagados.
“Eu tinha vergonha de dizer o nome da escola em que trabalho, embora tenha muito orgulho do local e das pessoas com as quais convivo. Como trabalhar a identidade de uma escola com um nome carregado de dor e tragédia?”, conta Bárbara Cristina, professora da Escola Municipal Maria Felisberta.
Com isso, a Escola Municipal Maria Felisberta, se torna a primeira escola a mudar de nome em Niterói.