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  • Foto do escritorPimenta Rosa

A multiartista trans Rosália Surreal transforma o mundo com cor e atitude

Artista que grafitou um grande painel de latas de alumínio em São Paulo, no Mês do Orgulho LGBT, conta os desafios que enfrenta para dar visibilidade à população trans



A arte transforma e, nesse caso, a multiartista transexual Rosália Surreal usa sua arte na tentativa de transformar a vida de milhares de jovens trans, invisibilizados pela opressão, ou pela vergonha. A artista, que nasceu em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, e mora há 10 anos em São Paulo, admite que a transição de gênero fez com que perdesse inúmeras oportunidades, mas adianta que também lhe abriu portas para novos e prazerosos desafios.


Artista plástica autodidata, artista floral, grafiteira, escultora e pintora, a talentosa Rosália Surreal afirma que, em sua arte, sempre busca passar uma mensagem de luta e empoderamento da mulher, e principalmente das mulheres trans e feministas. Também luta, com seu trabalho, pelas minorias, como a comunidade LGBTQIA+, e pautas da população preta e periférica, além dos povos originários, os indígenas.


'Uso a minha arte como forma de cobrar das autoridades compromisso com as causas sociais e ambientais. Minha arte é a minha ferramenta de discussão da realidade e expressar as necessidades das minorias', frisou Rosália.


Ela contou que, antes da transição de gênero, que ocorreu aos 30 anos, sempre teve inúmeros trabalhos solicitados. Durante o processo, onde passou por cirurgias de redesignação sexual e próteses, os projetos escassearam, por conta do preconceito, pelas pessoas não compreenderem o seu momento. A retomada surgiu quando foi convidada para um projeto 100 Minas na Rua, onde artistas trans, mães, negras e da periferia trabalharam na revitalização do bairro da Lapa de Baixo, em São Paulo, onde fez um grafite protesto contra a queimada do Pantanal e da Amazônia.


'Minha principal bandeira é a da mulher trans em sua ocupação de espaço, porque=, infelizmente, ainda vivemos em um mundo muito transfóbico, onde uma mulher trans como eu tem uma expectativa de vida de 37 anos. Eu tenho 39 anos, ou seja, sou uma sobrevivente. Tenho privilégios, porque não precisei me prostituir. A prostituição está muito ligada à mulher trans, pela falta de oportunidade que ela tem', afirmou.


Apesar de todos os problemas por que passou, Rosália Surreal garante que, independente de tudo, está confiante no futuro. Para ela, que desde criança entendeu que era uma mulher num corpo de homem, poder expressar por fora o ue sente por dentro, não tem preço.



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