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  • Foto do escritorPimenta Rosa

Depois de fazer sucesso na off-Broadway e em São Paulo, 'Naked Boys Singing!' está em cartaz no Rio

Espetáculo, em cartaz no Teatro Claro Rio, em Copacabana, joga luz sobre temas como homofobia, gordofobia, masturbação, HIV e, lógico, sobre o amor


Foto: Caio Gallucci

O Rio de Janeiro recebe a mais nova montagem do musical Naked Boys Singing!, com direção de Rodrigo Alfer, em temporada no Teatro Claro Rio, em Copacabana, até o dia 24 de Abril. A peça é um ícone da cultura gay, que estreou no Hollywood 's Celebration Theatre, em Los Angeles nos Estados Unidos, em 1998, e que posteriormente foi montado em Nova Iorque, onde se tornou o segundo musical mais longevo off-Broadway. Produzido em mais de 20 países, desde a sua estreia sempre esteve em cartaz em algum lugar do mundo.


O principal desafio para a montagem brasileira, segundo Alfer, foi construir o grande quebra-cabeças que é o espetáculo, escolhendo os atores, cantores e bailarinos perfeitos para dar vida a cada personagem. Quando da montagem em São Paulo, foram mais de 500 atores que se qualificaram para as audições.


'Fizemos uma primeira peneira para identificar atores, cantores e dançarinos que se encaixassem no que pretendíamos. Queríamos homens com todos os tipos de corpos, raças, etnias e até um homem trans, mas, lamentavelmente, nenhum se apresentou. Montar esse quebra-cabeças de forma a obter o melhor de cada um para seus personagens foi o nosso grande desafio e hoje estou muito contente com o resultado', afirmou Alfer.


Na temporada carioca os atores Rodrigo Serphan, que participou do documentário "60! Década de Arromba", e Rodrigo Naice, que participou do reality ex-futuro Porta dos Fundos, substituem Raphael Vasconcelos e Luan Carvalho, O elenco é majoritariamente de São Paulo e a questão da nudez em cena em nenhum momento foi problema. O diretor diz que hoje, com a facilidade da internet, as pessoas buscam conhecer as peças que estão sendo montadas, assistindo vídeos de montagens antigas, e já se apresentam para as peças que fazem seu perfil.


Reprodução Facebook

'O mercado de musicais é muito bom no Brasil, então, quando surge uma nova montagem, os atores estão sempre buscando referências de outras montagens. São muitas escolas que preparam os atores, então ninguém chega mais para uma audição sem conhecer 100% do espetáculo', explicou o diretor.


Com músicas pujantes, tocadas ao vivo por um ator/pianista e defendido com energia e vitalidade por dez atores/cantores/bailarinos, além de uma equipe criativa com nove artistas. O espetáculo é dividido por 15 atos musicados, que abordam temas distintos relacionados ao corpo masculino, do cômico nonsense ao drama.


No Brasil, o espetáculo musical americano Hair, que em 1969 esteve em cartaz na cidade de São Paulo, com atores hoje consagrados, como Ney Latorraca, Antônio Fagundes e Sônia Braga, é considerado o primeiro espetáculo teatral com nu frontal coletivo, seguido por espetáculos do Teatro Oficina e por Raul Cortez que verdadeiramente fez o primeiro nu frontal masculino do teatro brasileiro, no celebrado espetáculo O Balcão, de Jean Genet.

Após esse período, o nu, principalmente o masculino, foi perdendo a sua força no que se diz respeito ao seu uso nas artes, e praticamente se tornou um tabu. Diferente do corpo feminino que sobreviveu, mas como serventia de um mundo patriarcal e machista.

Muito se fala da nudez gratuita ou de sua conotação mercadológica para se vender ingressos. Também se é dito que o nu ficou no passado e que ninguém mais se interessa. Com o advento da internet e da pornografia a mão de quem quiser, o nu foi atrelado a uma categoria menor, colocado num nível abaixo até mesmo por artistas.


Segundo o diretor Rodrigo Alfer, a pele exposta, desta vez, no musical tem um significado mais amplo e poético, principalmente pelo momento de pandemia em que fomos obrigados a nos cobrir, e temermos o corpo e contato com o outro. O musical além de libertador é uma celebração à vida.


No Brasil, a nova montagem esteve em cartaz no Teatro Sérgio Cardoso - Sala Paschoal Carlos Magno (2021) e, devido ao sucesso, retornou em cartaz com nova temporada presencial, em janeiro de (2022), no Teatro Nair Bello.


O Musical

Naked Boys Singing! Possui a estrutura de um gênero que surgiu na França no século XV, o Vaudeville. Nele artistas se apresentavam através de números musicais, de dança, acrobacias, mágicas, atletas, grupos ciganos e números com animais. No seu início, os espetáculos eram apenas dirigidos para homens, pois seus números eram considerados grosseiros e chulos.

Diferente de seu intuito inicial, que era somente entreter a burguesia, Naked Boys Singing! joga luz em temas como, circuncisão, masturbação, HIV, ereção involuntária, corpo padrão, gordofobia, pornografia e outras surpresas, além, é claro, de falar de amor.

Ficha Técnica:


Idealização: Robert Schrock

Versionista: Rafael Oliveira

Direção: Rodrigo Alfer

Assistente de Direção: Manu Littiéry

Direção Musical: Ettore Veríssimo

Assistente de Direção Musical: Gabriel Fabbri

Direção Coreográfica: Alex Martins

Assistente de Coreografia: João Hespanholeto

Preparação de Elenco: Érika Altimayer

Cenário e Figurino: Daniele Desierrê

Desenho de Luz e Iluminação: Guilherme Pereira

Desenho de Som: André Omote

Copista: Rafael Gamboa

Produção e Cenotecnia – Alexandre de Marco

Produção: Alexandre de Marco

Produção Bacana Produção Artísticas & Mosaico Produções

Elenco: André Lau, Aquiles, João Hespanholeto, Lucas

Cordeiro, Ruan Rairo, Silvano Vieira, Victor Barreto, Naice,

Tiago Prates, Rodrigo Serphan e Gabriel Fabbri - Pianista

Serviço:

Naked Boys Singing!

Teatro Claro Rio (Rua Siqueira Campos, 143 - 2º Piso - Copacabana, Rio de Janeiro – RJ)

Sextas e sábados, às 20h; e domingos, às 19h

Ingressos:

Plateia: Entre R$:120,00 e R$: 60,00

Frisa: Entre R$:120,00 e R$: 60,00

Balcão: Entre R$: 45,00 e R$: 90,00

Temporada até 24 de abril

Duração: 80 min

Classificação indicativa: 16 anos

Capacidade: 659 Lugares



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