Espetáculo “Tudo que eu (não) vivi” encerra temporada nesta sexta (31) no Rio de Janeiro
- Pimenta Rosa
- 30 de out.
- 3 min de leitura
Com ingressos populares, a peça dá voz a migrantes do Norte e Nordeste e propõe olhar sensível sobre pertencimento e resistência

O espetáculo “Tudo que eu (não) vivi” encerra sua temporada nesta sexta-feira, 31 de outubro, no Rio de Janeiro, convidando o público a repensar um Brasil que existe para além do eixo Sudeste. Com ingressos a preços populares, a montagem reflete sobre temas urgentes — como raça, gênero, classe, trabalho, migração e pertencimento — a partir das experiências de migrantes do Norte e Nordeste que buscam se estabelecer nas grandes capitais.
Misturando crônica, ensaio, autobiografia, ficção e memória, a peça cria uma narrativa fragmentada, tecida por lembranças, cenas e reflexões cotidianas. O resultado é um mosaico poético-político que convida o espectador a percorrer os labirintos das cidades e das memórias, questionando as fronteiras entre realidade e ficção.
Os intérpretes Jean Fontes, Gabriel Ribeiro, Letícia Queiroz e Ruan Viana dão corpo e voz aos personagens Assis, que sonha em ser poeta no Rio de Janeiro; Juliano, futuro médico em busca de suas utopias; Zé Palmares, que desceu do Norte para reescrever sua história; e Maria, a moça do morro — às vezes sem nome, às vezes chamada por apelidos — que foi, mas também ficou, e ficou só.
Inspirado no circo-teatro e nas trajetórias de artistas mambembes, “Tudo que eu (não) vivi” investiga uma linguagem cênica que relaciona os modos de vida de trabalhadores subalternizados e marginalizados ao longo da história, transformando o picadeiro em metáfora sobre o próprio sentido da vida.
“A proposta do espetáculo é buscar uma reflexão sobre os modos de ressignificação e produções de vivências que, mesmo atravessadas por violências cotidianas, se reinventam e dão espaço para criações de existências diversas que promovam uma política do bem-viver no Brasil”, explica o diretor Wellington Júnior.
A montagem é apresentada pelo Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro e Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, por meio da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB).
Sobre O Cirquinho
Fundado em 2019 pelo ator e artista Jean Fontes, baiano radicado no Rio de Janeiro, O Cirquinho nasceu do desejo de promover arte e transformação social. O grupo é formado ainda por Gabriel Ribeiro, também baiano e cofundador, e Letícia Queiroz, artista carioca e colaboradora nos projetos.
Desde sua criação, o grupo desenvolve oficinas, espetáculos e ações socioculturais, explorando as intersecções entre o circo-teatro e outras linguagens artísticas. Entre seus trabalhos de destaque estão O Cirquinho de Dois (vencedor do Fest&Art 2020), Feito de Água (2021) e E Assim Surgiu Um Circo (2023), premiado e contemplado em diversos editais culturais.
“Tudo que eu (não) vivi”, o mais recente trabalho do grupo, foi aprovado no Edital de Cultura do Sesi Firjan 2024 e apresentado em diferentes cidades fluminenses, como Duque de Caxias, Nova Iguaçu e Rio de Janeiro, com participação especial de artistas convidados.
Serviço
Espetáculo: Tudo que eu (não) vivi
Data: 31 de outubro às 19h
Local: Teatro Sylvio Monteiro
Endereço: Rua Getúlio Varga, 51, Centro - Nova Iguaçu - (RJ)
Ingressos: R$ 30 | (Meia-entrada: R$ 15 | Vendas no site Sympla, neste link, e na bilheteria.
Classificação etária: 16 anos
Duração: 70 min
Ficha Técnica
Idealização: Jean Fontes
Dramaturgia: Priscilla Raibott e Jean Fontes
Direção: Wellington Júnior
Atuação: Jean Fontes, Gabriel Ribeiro, Letícia Queiroz e Ruan Viana
Orientador de corporalidade (dança afro): Cleiton Sobreira
Figurino e cenografia: Yan Calixto
Assistente de cenário e figurino: Daniel Furtado
Trilha sonora: Michel Nascimento e Alysson Alves
Mixagem: Michel Nascimento
Desenho da luz: Kaylan Werneck e Wellington Júnior
Fotografias: Rafael Moura
Programação visual: Gueu Ramos
Social Media: João França
Assessoria de imprensa: Angélica Zago
Produção: O Cirquinho





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