top of page
  • Foto do escritorPimenta Rosa

Governo do Rio usa pesquisa do Mais Diversidade para formulação de política de emprego LGBTI+

Pesquisador Maurício Paniza comemora ações como essas e lamenta que as oportunidades estejam concentradas no grandes centros urbanos, sendo escassas no interior



Num momento em que a competência e o conhecimento devem direcionar as contratações nas empresas, como explicou o consultor Carlos Piazza, a Pesquisa Mais Diversidade, de 2021, mostra que na comunidade LGBTQIA+ ainda há um longo caminho a ser percorrido. O documento tem sido a cartilha utilizada pela Secretaria de Trabalho e Renda do Estado do Rio de Janeiro para formular políticas de empregabilidade, reforçando o território fluminense como um espaço de oportunidades.


Ações como essa e mesmo o fortalecimento do Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+ são muito importantes para garantir a cidadania de todos os brasileiros, independentes de orientação sexual e gênero. O pesquisador Maurício Paníza comemora esses avanços na busca de um ambiente inclusivo de trabalho, mas lamenta que, na maioria das vezes, isso está restrito aos grandes centros urbanos.


'As ressalvas são que infelizmente muitas dessas ações estão concentradas em grandes centros como São Paulo e Rio. No interior, a realidade de mercado de trabalho pra população LGBT+ pode ser mais hostil. E ainda há diferenças de tratamento quando a gente separa sexualidade da identidade de gênero. Pessoas trans e travestis ainda são muito mais preteridas no mercado de trabalho. Corpos dissidentes, que não se enquadram no que a sociedade normaliza como masculino ou feminino, precisam ser mais aceitos nas empresas.', frisou Paniza.


Na pesquisa, 56% dos entrevistados trabalham em grandes empresas, enquanto 26% trabalham em pequenas e médias companhias, seguido pelo Terceiro Setor (5%), Serviço Público (4%), Empreendedorismo (3%). Outros 4% dividiram-se entre outras áreas, enquanto 3% declararam-se desempregados.


Sobre a importância do Fórum para o avanço da política de empregabilidade da comunidade LGBTQIA+ no país, Paniza é enfático. Para ele, ter pessoas trabalhando para a inclusão e permanência de profissionais nas empresas é essencial para se mudar esse cenário que ainda persiste.


'O Fórum ajudou a mudar o cenário porque grandes empresas costumam ser espelho para as práticas de gestão das outras empresas. Falar de sexualidade e identidade de gênero no meio empresarial era um tabu há alguns anos. O Fórum conseguiu ajudar a quebrar essas barreiras e hoje oferta um apoio qualificado para o meio empresarial, reunindo grandes empresas e pessoas que trabalham na área de Diversidade, com vontade genuína de mudar o mundo do trabalho para as trabalhadoras e trabalhadores LGBT+', ressaltou o pesquisador.

A pesquisa apontou que homossexuais têm mais espaço no mercado de trabalho, enquanto bissexuais e pansexuas estão mais presentes no empreendedorismo e no desemprego. Sobre a população trans, 35% dos entrevistados trabalham em empresas de grande porte e são as mais satisfeitas com as políticas de diversidade e inclusão das empresas.


Sobre o que é mais importante para a comunidade LGBTQIA+ no ambiente de trabalho, a pesquisa mostrou que um ambiente inclusive foi o campeão nas respostas, com 74%, seguido pela necessidade de mais referências LGBTQIA+, como empresários e executivos (54%). A questão da oportunidade de desenvolvimento da carreira (45%), a sensibilização da organização para o tema (42%) e a necessidade de lideranças inclusivas (39%) dominam esse segmento.


Veja aqui todos os dados da pesquisa.

bottom of page