Morre Rosa Gauditano, fotógrafa que documentou a vida lésbica nos anos 1970
- Pimenta Rosa
- 8 de ago.
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Aos 70 anos, vítima de infarto, jornalista e fotógrafa deixa legado de resistência e visibilidade à população LGBTQIA+, com registros emblemáticos do Ferro’s Bar e da boate Dinossauros, em São Paulo, durante a ditadura militar

A fotógrafa e jornalista Rosa Gauditano, referência na documentação de comunidades marginalizadas no Brasil, morreu nesta quinta-feira (7), aos 70 anos, em decorrência de um infarto. Reconhecida por seu trabalho junto à comunidade lésbica, Gauditano registrou, nos anos 1970, a vida noturna e os espaços de sociabilidade no Ferro’s Bar e na boate Dinossauros, em São Paulo. Suas imagens, censuradas à época, tornaram-se símbolos de resistência e visibilidade à população LGBTQIA+ em plena ditadura militar.
Com carreira iniciada na imprensa alternativa, em veículos como o jornal Versus, e passagem pela Folha de S.Paulo e pela revista Veja, Gauditano construiu uma trajetória marcada pela atenção a temas sociais e pela defesa de direitos humanos. Documentou greves operárias, movimentos feministas, infância em situação de rua e, a partir de 1989, dedicou-se intensamente ao registro das culturas e lutas indígenas, retratando povos como carajás, caiapós, ianomâmis e xavantes.
Seu trabalho integrou acervos de instituições como o MASP e o Conselho Mexicano de Fotografia, além de participar de exposições no Brasil e no exterior. Em 2022, recebeu o Prêmio de Melhor Livro Autoeditado no festival PHOTO ESPAÑA, com A Mesma Luta, obra dedicada às mulheres nos movimentos sociais das décadas de 1970 e 1980.
Neste mês da Visibilidade Lésbica, celebrado em 29 de agosto, sua partida ressoa com ainda mais força. Para a comunidade LGBTQIA+, Rosa Gauditano deixa um acervo histórico inestimável e a memória de uma vida dedicada a registrar e preservar histórias silenciadas.





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