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  • Foto do escritorPimenta Rosa

Primeira vereadora transexual de Niterói é atacada novamente

Após ataques racistas e de intolerância religiosa, vereador bolsonarista protocola denúncia de quebra de decoro parlamentar contra Benny Briolly



Em seu artigo 5º, inciso VI, a Constituição Federal, promulgada em 1988, assegura liberdade de crença aos cidadãos. Isso significa que o Estado deve se preocupar em proporcionar a sua população um clima de perfeita compreensão religiosa, proscrevendo a intolerância e o fanatismo. No entanto, tal regimento, garantido em nossa Carta Magna, não é respeitado nem pelos cidadãos eleitos para representar o povo.


Mais uma vez, Benny Briolly (PSOL), primeira vereadora transexual a assumir um mandato na Câmara Municipal de Niterói, é atacada ao exercer seu direito fundamental a liberdade de religião. Nesta quarta-feira (16/3), vereador bolsonarista da Casa legislativa protocolou uma denúncia a vereadora por quebra de decoro parlamentar. Benny foi vítima de racismo religioso na última semana por conta do projeto de lei de sua autoria que visa instituir o dia 12 de novembro como dia de Maria Mulambo, na cidade de Niterói.


‘A liberdade deve ser a nossa medida de atuação política. Se as regras jurássicas da política institucional não nos cabem e utilizam o racismo e o machismo para tolher nossos direitos, estamos aqui para mover as estruturas do poder. Para isso, no entanto, exigimos condições para a efetividade da democracia’, afirma Benny Briolly.


No plenário dessa quinta-feira, apoiadores de Bolsonaro foram acompanhar a sessão da Câmara com cartazes antivacina e passaporte de vacinação. Benny teve a fala interrompida por pessoas que apontavam crucifixos, imagens de Nossa Senhora e Jesus Cristo e a bandeira do Brasil. Além de gestos violentos como arminha, vaias e xingamentos.


O setor bolsonarista que atacou a vereadora foi convocado por um parlamentar da casa. Durante a sessão anterior, no dia 10/3, o vereador ‘repreendeu’ divindades das religiões de matrizes africanas ferindo o conceito de estado laico. Não somente a vereadora foi agredida verbalmente como também o povo de axé que foi assistir a sessão.


‘Já são duas sessões sendo xingada por bolsonaristas enquanto apenas ocupo a posição que fui eleita. O pior de tudo é saber que em todo Brasil existem mulheres que sofrem essa mesma violência dentro do parlamento. Mas não iremos desistir e nem aceitar tamanho desrespeito! Respeitem nosso axé!’, relata Benny Briolly.


A assessoria da vereadora está avaliando a denúncia de quebra de decoro.

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