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  • Foto do escritorPimenta Rosa

Benny Briolly: trajetória de luta e avanços pelos direitos LGBTQIA+ em Niterói

Em um mandato marcado pela determinação e enfrentamento, a vereadora Benny Briolly (PSOL/RJ) conquistou avanços significativos, como a aprovação do Estatuto da Diversidade de Gênero e Sexualidade e investimentos em projetos de saúde integral para pessoas LGBTIAP+. Em entrevista exclusiva, Benny compartilha suas conquistas, os desafios enfrentados e sua visão para o futuro.



Benny Briolly, uma mulher trans, travesti, preta, favelada, de axé e militante política, eleita vereadora como a mulher mais bem votada na cidade de Niterói, é a entrevista dessa semana na coluna Eleições 2024. Cresceu nas favelas do Fonseca, na Zona Norte de Niterói e, hoje, mora no Morro da Penha, na Ponta D'areia. Construiu em 2016, junto a Talíria Petrone, uma campanha ousada por 'Uma Niterói Negra, Feminista, LGBT e Popular' que conquistou o mandato mais votado da cidade naquele ano. Foi então a primeira assessora trans da Câmara de Vereadores de Niterói e estava como assessora parlamentar da mandata da Deputada Federal Talíria Petrone (PSOL) desde 2018.


Pré-candidata a reeleição, tem vasta experiência na luta em defesa dos direitos humanos, acompanhou a Comissão dos Direitos Humanos da Criança e do Adolescente no Município. Além de ser integrante ativa do movimento LGBTIA+ da sua cidade, é parte do coletivo Orgulho e Luta Trans (OLT), que ajudou a fundar para debater e propor mudanças na vida da população trans e travesti de Niterói e São Gonçalo.


Quais conquistas você destaca em seu mandato atual?

Garanti, na Lei de Diretrizes Orçamentárias, R$ 1,5 milhão para parceria com o Instituto de Saúde Coletiva da UFF para o Projeto de Saúde Integral e Promoção de Cidadania de pessoas LGBTAP+ com ênfase na comunidade trans e travesti. Também assegurei R$ 1 milhão para formação continuada para atendimento da população LGBTIAP+ nos equipamentos de saúde. Além disso, protocolamos na Câmara Municipal de Niterói o Estatuto da Diversidade de Gênero e Sexualidade - a primeira iniciativa legislativa do Brasil. Em conjunto com o FONATRANS e a UFF, realizaremos o primeiro Centro de Memória Trans e Travesti do Brasil – Jovanna Cardoso.


Quais foram os maiores obstáculos que você enfrentou ao tentar implementar suas propostas?

Inúmeros são os obstáculos vivenciados na defesa dos nossos corpos, no âmbito legislativo. A extrema direita se organiza, desde minha posse, para tentar barrar minha atuação. Fake news, violência em plenário, perseguição na saída da Câmara são realidades diárias. Já fui ameaçada de que iriam fazer comigo 'o mesmo que fizeram com Marielle', quando propus o projeto de lei que visa garantir a saúde integral da população LGBTQIAPN+, aprovado em primeira discussão. No PL que versa sobre a reserva de 2% de cota para pessoas trans nos concursos públicos municipais, fui perseguida pela Avenida Amaral Peixoto, no Centro da Cidade. Mobilizei os movimentos sociais para enfrentar o fascismo, os ataques nas redes e no plenário.


3. Como você pretende continuar a luta pelos direitos e pela visibilidade da comunidade LGBT+?

Fui eleita a mulher mais bem votada de Niterói por uma demanda dos movimentos sociais. Tenho um compromisso com os mesmos. Minha formação política, que começou na juventude, também se deu por tal forma de organização. Estou pré-candidata vereadora e continuarei lutando por nossa gente, por nós. Seguiremos fazendo história.


Quais medidas que são necessárias para combater a violência e a discriminação contra a comunidade LGBT+?

Organização social, trabalho de base e o nosso acesso a todos os espaços de decisão. Só nós somos capazes de identificar e materializar políticas públicas efetivas de proteção aos nossos corpos, às nossas vidas.



Que mensagem você gostaria de deixar para seus eleitores sobre a importância de votar em candidatos comprometidos com a causa LGBT+?

A mensagem que deixo é de atenção. Precisamos seguir atentas e atentos quanto aos nossos direitos garantidos e os que ainda queremos assegurar. O fascismo segue por aí, organizado e fazendo política com nossas vidas. Com discursos e práticas que nos ferem e nos matam. Portanto, é urgente que saibamos muito bem em quem votar nas eleições que se aproximam.

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