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  • Foto do escritorPimenta Rosa

Contra o apagamento, Festa da Chiquita faz homenagem à Fênix e volta às origens

Patrimônio de Belém do Pará, o evento, que faz parte das comemorações do Círio de Nazaré, reúne cerca de 500 mil pessoas numa festa de acolhimento trans e drag



Se há uma festa aguardada pela população de Belém, capital do Pará, é a Festa da Chiquita, parte não religiosa das comemorações do Círio de Nazaré. Um evento que reúne cerca de 500mil pessoas é um exemplo de festa trans e drag, voltada ao acolhimento e fortalecimento da cultura LGBTQIA+. Depois de anos de pandemia, e a uma edição online, a Chiquita volta à sua origem, no tradicional Bar do Parque, na Praça da República, em Belém, como uma forma de reafirmar seus valores.


Com o tema 'Origem, Renascendo das Cinzas', a Festa da Chiquita comemora 45 anos de muito brilho, diversão e debate. A programação começa após a Trasladação, neste sábado (08/10), às vésperas do Círio. Após a passagem da Berlinda pela Avenida Presidente Vargas, na Praça da República, é dada a largada para a Festa da Chiquita, com shows de transformistas, travestis, transexuais, drag queens e misses gays.


A 'Chiquita' é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Além disso, a Lei N° 9.025, de 17 de março de 2020, declarou a festa como patrimônio cultural de natureza imaterial do Estado do Pará. O atual governador, que foi reeleito, Helder Barbalho, já recebeu o troféu de apoio à causa LGBTQIA+, o Veado de Ouro.


Mesmo com a pandemia, o evento seguiu, mas de forma adaptada. Em 2020, foi transmitido em live direto de um estúdio sem plateia presencial, mas com várias atrações. Em 2021, em versão semipresencial, foi realizado no centro de cultura Memorial dos Povos, em Nazaré. Agora, em 2022, a ideia é voltar às origens no Bar do Parque, diz o artista Elói Iglesias, coordenador da festa.


'Estamos vindo de um processo de apagão. Por isso o tema deste ano diz respeito à fênix. Ao renascimento. Renascer das cinzas para a luz. Vamos tentar começar do zero, de onde paramos antes da pandemia, com todas as conquistas já alcançadas.', afirmou Iglesias. 'A Chiquita é uma homenagem da comunidade de artistas e movimentos sociais que, também, enxergam ali (no Círio de Nazaré) um espaço de território livre para conversar sobre várias pautas', completa.


Para o artista, a manifestação cultural fortalece a visibilidade de quem se destaca em meio ao contexto LGBTQIA+.


"Sempre recebemos artistas de vários lugares do Brasil e do mundo. Inclusive, tem muita gente que vem de outros países que nem conhece o Círio. Viaja por conta da Chiquita, que ficou popularmente famosa em outros países por conta do documentário ‘As Filhas da Chiquita’, que foi exibido em vários circuitos de cinema do mundo. Além da nossa homenagem à santa, é um momento de luta contra preconceito, racismo, desigualdade e de defesa pela diversidade e pela conquista de poder”, explicou o organizador da Festa ao jornal O Liberal.

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