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Danielly Rocha, Presente!

  • Foto do escritor: Pimenta Rosa
    Pimenta Rosa
  • há 1 hora
  • 2 min de leitura

Assassinada brutalmente no Rio, mulher trans enfrentou violência, preconceito e descaso até depois da morte. Amigos pedem justiça e respeito à sua identidade na despedida marcada por dor e luta.



A despedida de Danielly da Silva Sousa, mais conhecida como Danielly Rocha ou carinhosamente Danizinha, é marcada não apenas pelo luto, mas por um profundo clamor por justiça e respeito. Aos 37 anos, a cozinheira e ativista trans foi assassinada na madrugada do último dia 2, dentro de seu apartamento na Lapa, região central do Rio de Janeiro. O velório acontece até às 15h na Capela 1 do Cemitério da Penitência, no bairro do Caju. Após a cerimônia, seu corpo seguirá de traslado para o Pará, estado onde nasceu, atendendo ao desejo dos familiares.


Mas o adeus à Danielly não tem sido apenas um ritual de despedida. Tornou-se, também, mais um episódio de apagamento e dor para a população trans no Brasil. Apesar de ser amplamente conhecida por seu nome social e já ter iniciado o processo de retificação civil — inclusive com nova certidão emitida em cartório no Pará —, o Instituto Médico-Legal (IML) do Rio se recusou a registrar seu nome como Danielly. Sem apoio da família biológica quanto ao reconhecimento de sua identidade de gênero, ativistas e amigos denunciam o desrespeito a  trajetória de vida, afetos e lutas de Danizinha.


'É desumano. Mesmo depois de morta, Dany enfrenta o preconceito que combatia em vida', desabafa Indianarae Siqueira, fundadora da CasaNem, centro de acolhimento LGBTQIA+ onde Danielly atuava como cozinheira e era figura querida. 'Ela era amor, era acolhimento, era resistência. Vamos lutar até o fim para que seja lembrada como sempre foi: uma mulher.'

A investigação sobre o crime está a cargo da 5ª Delegacia de Polícia (Mem de Sá). Segundo testemunhos, Danielly entrou em casa acompanhada por um homem que deixou o local sozinho horas depois. Câmeras de segurança registraram a saída do suspeito por volta das 0h30. A Polícia Civil afirma que diligências estão em andamento, mas até o momento não houve prisão.


Danielly também era formada pela Gastromotiva, organização que oferece cursos de gastronomia para jovens em situação de vulnerabilidade. Em nota, a instituição declarou: 'Danny era uma mulher trans, sonhadora e uma profissional incansável que acreditava na cozinha como ferramenta de transformação. Sua partida brutal escancara, mais uma vez, a violência que insiste em ceifar vidas trans no Brasil.'


O Brasil é o país que mais mata pessoas trans no mundo. Dados da ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) mostram que, em 2024, mais de 120 pessoas trans foram assassinadas no país. O caso de Danielly soma-se a essas estatísticas, mas também mobiliza uma corrente de solidariedade que resiste ao esquecimento.


 
 
 
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@2022 By Jornal Pimenta Rosa

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