Empresas priorizam comunicação e contratações, mas desafios de diversidade ainda persistem
- Pimenta Rosa
- 17 de fev.
- 2 min de leitura
Pesquisa aponta que 41,4% das ações de DEI focam em campanhas e representatividade, enquanto programas estruturais ainda são minoria

Uma pesquisa da consultoria Michael Page revelou que quatro em cada dez empresas no Brasil concentram suas iniciativas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) em campanhas de comunicação e políticas de contratações representativas. Esses esforços somam 41,4% das ações voltadas ao tema, superando iniciativas como celebração de datas culturais, atividades de sensibilização (5,5%) e programas de mentoria para grupos minorizados (3,2%). A pesquisa, realizada no último ano, consultou cerca de 6,8 mil profissionais e empresas de todo o país, abrangendo cargos que vão de suporte à gestão até diretoria.
O levantamento também indicou que 29,7% dos profissionais acreditam trabalhar em um ambiente diverso e inclusivo, onde a orientação sexual não impacta no crescimento profissional. No entanto, esse percentual é próximo ao de profissionais que não têm opinião definida sobre o tema (25,4%) e dos que concordam totalmente com essa percepção (24,5%). Outros 20,3% discordam total ou parcialmente dessa visão.
Para Isabel Pires, gerente-executiva da Michael Page - que integra o PageGroup, uma das maiores consultorias especializadas em recrutamento de média e alta gerência - , ainda há um longo caminho para que as organizações implementem políticas consistentes. 'O atual cenário do mercado de trabalho é composto por profissionais com diferentes expectativas, o que exige dos líderes uma abordagem estratégica para criar ambientes mais saudáveis e inclusivos', analisa.
Apesar de ser um tema relativamente recente no mundo corporativo, 54,4% dos profissionais acreditam que suas empresas têm capacidade para desenvolver uma cultura de DEI. Esse número é superior aos que não confiam nessa evolução (24,7%) e aos que não têm certeza (20,9%). Além disso, metade dos entrevistados considera importante atuar em uma empresa que implemente e promova essa cultura.
Os principais desafios apontados para um ambiente mais inclusivo são igualdade geracional (16,1%), equidade de gênero (15,2%), inclusão de pessoas com deficiência (13,9%), equidade étnica (7,8%) e inclusão da comunidade LGBTQIAP+ (5,9%). Para avançar nesse cenário, Isabel Pires reforça a importância da escuta ativa dentro das empresas.
'Ferramentas como pesquisas anônimas de clima organizacional ajudam a compreender as reais necessidades dos colaboradores. Empresas que transformam esses insights em ações práticas fortalecem a confiança interna e impulsionam o desempenho organizacional', conclui.
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