Liniker se torna a primeira mulher trans a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Cultura
Artista toma posse da cadeira 51, anteriormente ocupada por Elza Soares, em cerimônia marcada por emoção e celebração à representatividade cultural.

A cantora e compositora Liniker, de 28 anos, fez história ao ser eleita 'imortal" da Academia Brasileira de Cultura (ABC). Em uma cerimônia emocionante realizada na Fundação Cesgranrio, no Rio Comprido, Zona Norte do Rio de Janeiro, Liniker tomou posse da cadeira número 51, que antes pertencia à icônica Elza Soares. Com isso, ela se torna a primeira mulher transexual a integrar a prestigiosa instituição, marcando um momento significativo para a cultura brasileira e a luta por representatividade.
Discursos de gratidão e emoção
Em seu discurso de posse, a artista emocionou o público ao relembrar sua trajetória como mulher trans e negra no Brasil. 'Eu sou muito grata pela voz que eu tenho estudado, pela voz que eu tenho preenchido dentro de mim para poder existir, para poder permanecer em pé, porque estar em pé no Brasil, sendo uma travesti preta, é muito difícil', declarou, com lágrimas nos olhos. Liniker também celebrou a honra de suceder Elza Soares, a quem chamou de 'grande voz” e 'acontecimento'.
'Eu fico feliz de ter uma voz e poder cantar para tantas pessoas que também se sentem representadas pelo meu canto e que seguirão ouvindo independente de eu seguir aqui ou não', afirmou.
Conquistas históricas
Além de sua nova posição na ABC, Liniker já havia feito história em novembro de 2022 ao se tornar a primeira artista trans do Brasil a ganhar um Grammy Latino. O prêmio foi conquistado na categoria "Melhor Álbum de Música Popular Brasileira", pelo disco Indigo Borboleta Anil.
Nas redes sociais, a artista celebrou a posse com uma mensagem de agradecimento a fãs, amigos e familiares. 'Assumir esse lugar, a cadeira 51, que foi de Elza Soares, no Brasil em que vivemos, com os recortes que perpassam meu corpo, é surreal e gigantesco. Aqui vemos a história sendo escrita junto a um mar de novas possibilidades que se abrem para tantas pessoas no Brasil. Nós estamos aqui e nós existimos', escreveu.
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