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  • Foto do escritorPimenta Rosa

No Dia Internacional de Pessoas Não-Binárias (14) discussão sobre diversidade é essencial

Especialista em Neurociência, Eduardo Omeltech, explica Disforia e ressalta a importância de se discutir sobre igualdade, diversidade e inclusão



Nesta sexta-feira, quando se comemora o Dia Internacional das Pessoas Não Binárias, deve ser reforçado o incrível progresso que fizemos para alcançar igualdade, diversidade e inclusão. Esta ocasião apresenta uma oportunidade de ouro para ter conversas significativas sobre os desafios enfrentados por indivíduos não-binários e as medidas necessárias que devemos tomar para criar uma sociedade mais inclusiva.

'É importante iniciar conversas poderosas sobre inclusão de gênero, abrindo caminho para uma sociedade mais inclusiva em todo o mundo. Reconhecendo que os binários de gênero tradicionais não representam com precisão as experiências de todos, esta conferência visa lançar luz sobre a importância das identidades de gênero não binárias e defender políticas e práticas inclusivas', comenta Eduardo Omeltech, psicoterapeuta e especialista em comportamento humano .

Em uma sociedade cada vez mais reconhecendo e apoiando diversas identidades de gênero, a comunidade deve intensificar seus esforços para criar ambientes seguros e inclusivos para jovens que exploram suas próprias identidades de gênero. É comum que os jovens percebam sua identidade transgênero em uma idade jovem.

Os jovens transgênero geralmente enfrentam desafios únicos nas escolas e na sociedade enquanto lutam para entender e aceitar sua identidade de gênero. Para enfrentar esses desafios, escolas e comunidades públicas precisam implementar várias iniciativas para promover a inclusão e criar uma atmosfera de apoio. Esses esforços garantem que cada criança se sinta segura, respeitada e afirmada.

Recentemente, declarações controversas do renomado ator Carlos Vereza negando a existência de crianças transexuais provocaram intensos debates e levantaram questões sobre a disforia de gênero. Diante disso, devemos buscar uma compreensão profunda desse complexo fenômeno com base em informações científicas e evitar preconceitos e desinformações.

'É alarmante ver como figuras influentes têm usado mal seu poder para espalhar informações erradas que se alinham com suas crenças, em vez de contribuir para questões sociais, fornecendo informações precisas. Quando o poder é usado para ganho e reforço pessoal, devemos abordar como ele pode impactar a vida daqueles que buscam aceitação por quem realmente são', comenta Eduardo.

A disforia de gênero é uma realidade vivida por muitos indivíduos, uma condição na qual eles experimentam profundo desconforto com o gênero atribuído ao nascer. É essencial entender que essa disforia não é uma escolha, mas uma parte intrínseca de suas experiências. Desde os primeiros meses de vida, o desenvolvimento do cérebro e dos órgãos sexuais pode ocorrer de forma oposta, levando a uma desconexão que se torna aparente por volta dos 4 ou 5 anos de idade.

Estudos neurocientíficos têm desempenhado um papel significativo na compreensão da disforia de gênero. Por meio de técnicas de neuroimagem, pesquisadores identificaram diferenças estruturais e funcionais no cérebro de indivíduos com essa condição, principalmente na identidade de gênero e na percepção corporal. Essas descobertas científicas indicam que a identidade de gênero tem uma base neurobiológica além das influências sociais ou escolhas pessoais.

Reconhecer que a identidade de gênero é uma construção social complexa é crucial. Negar a existência de crianças transexuais, como propõe Carlos Vereza , não só vai contra as evidências científicas como contribui para a marginalização e o sofrimento desses indivíduos. O estigma e a discriminação enfrentados pelas pessoas trans podem agravar a disforia de gênero, prejudicando sua saúde mental e dificultando seu acesso a cuidados adequados. Nossa sociedade precisa avançar em termos de compreensão, aceitação e apoio.

Respeito e inclusão são de extrema importância neste contexto. A aceitação e o apoio social são fundamentais para o bem-estar emocional e psicológico dos indivíduos transgênero. Profissionais de saúde mental, especialistas em neurociência, psicoterapeutas e a sociedade são responsáveis por promover uma compreensão completa e tratamento respeitoso da disforia de gênero. É alarmante que muitas pessoas transexuais tenham se submetido a terapias traumáticas que reforçam seus traumas em vez de receber o apoio necessário.

A disforia de gênero é uma realidade vivenciada por muitos indivíduos em nossa sociedade. É crucial entender essa condição de forma abrangente, sem viés. Como argumentou Carlos Vereza , negar sua existência vai contra as evidências científicas e prejudica os esforços para promover a inclusão e o respeito. Devemos criar espaço para o diálogo, cultivar a empatia e buscar um entendimento mais profundo para construir uma sociedade acolhedora e respeitosa para todos, independentemente da identidade de gênero. Juntos, podemos criar um ambiente mais igualitário onde os indivíduos possam ser autênticos e viver sua verdade.

As discussões sobre igualdade, diversidade e inclusão não devem ser limitadas a um único dia, mas devem se tornar um diálogo contínuo. Organizações, instituições e indivíduos são incentivados a usar o Dia Internacional das Pessoas Não Binárias como ponto de partida para se envolver em conversas, aumentar a conscientização e agir para criar um mundo mais inclusivo. Ao ampliar as vozes e experiências de indivíduos não-binários, podemos promover coletivamente uma sociedade que abraça a diversidade e celebra todas as identidades de gênero.

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