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Os mĂșltiplos desafios das mulheres lĂ©sbicas no ambiente profissional

  • Foto do escritor: Pimenta Rosa
    Pimenta Rosa
  • 25 de ago. de 2023
  • 2 min de leitura

Especialistas em diversidade, Kakå Rodrigues e Renata Torres abordam sobre a interseccionalidade que amplia os obståculos para as mulheres lésbicas no mercado e a relevùncia da liderança



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Cerca de 60% das mulheres lésbicas jå sofreram algum tipo de discriminação devido à sua orientação sexual no ambiente profissional, e 40% vivenciaram algum tipo de assédio moral ou sexual, de acordo com o estudo 'Profissionais Liberais Lésbicas no Mercado de Trabalho Brasileiro', realizado este ano pela Universidade de São Paulo (USP) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ainda segundo a pesquisa, 50% das mulheres lésbicas jå tiveram dificuldade para encontrar emprego devido à orientação sexual, e 40% acreditam que não são reconhecidas da mesma forma que profissionais heterossexuais.


Apesar dos avanços legais e sociais recentes, as barreiras enfrentadas pelas mulheres lésbicas e multiplicam devido à interseccionalidade que as envolve. Além de enfrentarem o sexismo, também precisam confrontar a homofobia que ainda permeia a cultura de muitas empresas.


'As 'piadas' sobre lĂ©sbicas no ambiente de trabalho sĂŁo tentativas de diminuir essas pessoas, buscando validação do grupo em relação a esse tipo de comportamento. É o chamado ‘preconceito recreativo’, que desumaniza as pessoas de comunidades especĂ­ficas, reduzindo-as a estereĂłtipos e caricaturas', ressalta KakĂĄ Rodrigues, co-founder da Div.A Diversidade Agora! e especialista em diversidade e inclusĂŁo.


Segundo a estudiosa, a repetição dessas atitudes preconceituosas mina a saĂșde mental das pessoas colaboradoras. "Uma mulher lĂ©sbica que se encontra em um ambiente assim fica cada vez mais estressada e desmotivada, o que afeta diretamente sua produtividade. A inclusĂŁo de pessoas LGBTQIAPN+ Ă© um tema muito relevante, nĂŁo apenas para empresas que valorizam a diversidade, mas principalmente para aquelas que investem em inovação", explica a especialista.


O estudo The Impact of Lesbian Leadership on Organizational Innovation and Profitability, realizado em 2020 pela Universidade de Stanford, valida a afirmação da especialista. Segundo os dados apresentados pela instituição norte-americana, empresas com CEOs lĂ©sbicas tĂȘm 18% mais chances de sucesso em seus mercados e 21% mais chances de introduzir novos produtos e serviços, alĂ©m de registrarem lucros e receitas maiores do que organizaçÔes sob gestĂ”es nĂŁo lĂ©sbicas.


A relevĂąncia da liderança para endereçar esses desafios Ă© um ponto levantado por Renata Torres, tambĂ©m co-founder da Div.A Diversidade Agora! e especialista em diversidade e inclusĂŁo. "A liderança de uma mulher lĂ©sbica teria uma influĂȘncia mais direta na mudança da cultura de uma empresa, mas nĂŁo Ă© necessĂĄrio pertencer Ă  comunidade LGBTQIAPN+ para fazer a diferença como lĂ­der", explica. Para a especialista, essa modificação Ă© um trabalho intenso que requer mais atenção por parte da liderança e que pode nĂŁo ter uniformidade na adesĂŁo.


'Para essa transformação cultural, de mudanças muito profundas, Ă© preciso estar preparado tambĂ©m para entender que determinadas pessoas nĂŁo passarĂŁo por essa jornada, nĂŁo entenderĂŁo ou nĂŁo conseguirĂŁo atingir esse nĂ­vel de consciĂȘncia. Mas, sob o ponto de vista da cultura organizacional, tem que estar muito claro o que se espera em termos de postura e comportamento em relação Ă s mulheres lĂ©sbicas e Ă  comunidade LGBTQIAPN+ como um todo. As pessoas colaboradoras precisam conhecer o posicionamento da empresa, compreender quais comportamentos sĂŁo aceitĂĄveis e quais nĂŁo sĂŁo. As pessoas em posiçÔes de liderança devem ser as primeiras a dar o exemplo dessas normas no ambiente, demonstrando o que Ă© aceito e o que nĂŁo Ă©', conclui Renata.



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@2022 By Jornal Pimenta Rosa

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