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Tarifas, BRICS e o nosso lugar na economia global: sem pânico, com estratégia

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    Ronaldo Piber
  • há 59 minutos
  • 3 min de leitura

Ronaldo Piber*

Imagem da Internet
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Prezados leitores e leitoras da comunidade LGBTQIA+,


O noticiário econômico anda agitado. Com a recente imposição de tarifas dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros e a possibilidade de uma resposta brasileira no mesmo tom, entramos em um cenário que muitos chamam de "guerra comercial".

Como advogado e, sobretudo, como membro e aliados da comunidade LGBTQIA+, é fundamental analisarmos como esses ventos econômicos podem impactar as nossas vidas. Mas, antes de qualquer coisa, quero tranquilizá-los: não há espaço para pânico. Há, sim, para a estratégia e a conscientização.


Quando a economia treme, quem sente mais?

É natural que as tensões comerciais levantem preocupações. Uma escalada de tarifas pode encarecer produtos, afetar a competitividade das nossas empresas e, em um cenário mais pessimista, desacelerar a economia. E, como bem sabemos, em momentos de crise econômica, grupos minorizados são frequentemente os mais vulneráveis.

Pensem bem: se empresas precisam cortar gastos, quem geralmente é mais afetado na hora de contratações ou, pior, demissões? Muitas vezes, somos nós, que já enfrentamos barreiras e preconceito no mercado de trabalho.


Além disso, a prioridade para "salvar a economia" pode desviar a atenção e os recursos de políticas sociais essenciais para a nossa comunidade, como programas de inclusão e combate à discriminação.


Há um risco, embora indireto, de que o discurso da urgência econômica ofusque a pauta dos direitos humanos e da diversidade.


O Brasil não está desarmado: temos saídas e novos horizontes

Agora, a boa notícia: o Brasil não é uma folha ao vento nessa tempestade. Pelo contrário. Possuímos instrumentos e estratégias que nos permitem navegar por essa situação com inteligência e pragmatismo: *A Lei da Reciprocidade Econômica:  Não pensem que o Brasil está passivo. Temos uma lei, sancionada recentemente, que nos permite responder à altura a medidas protecionistas de outros países. Isso significa que, se houver prejuízo para nossas exportações, o governo pode impor tarifas ou restrições equivalentes a produtos da nação que nos prejudicou. É uma ferramenta legal para defender nossos interesses.


A Força dos BRICS: 

A grande aposta do Brasil, e o que realmente nos dá um respiro nesse cenário, é a diversificação de nossos parceiros comerciais. Esqueçam a ideia de depender de um único mercado. O foco está cada vez mais nos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e, agora, Egito, Etiópia, Irã e Emirados Árabes Unidos). A China já é nosso maior parceiro comercial, e a consolidação das relações com esses mercados emergentes significa:

- Menos Dependência: Reduzimos nossa vulnerabilidade a oscilações e atritos com parceiros específicos.

-Novas Oportunidades: Abriremos novas e vastas portas para nossos produtos, garantindo o escoamento da nossa produção e a geração de empregos.

-Investimentos e Tecnologia: O Banco dos BRICS (NDB) e a cooperação entre os membros impulsionam investimentos em infraestrutura e a troca de tecnologia, essenciais para o nosso desenvolvimento.


Buscando Além: Além dos BRICS, o Brasil continua fortalecendo laços com a União Europeia, países do Oriente Médio, da África e da América Latina. Essa diversificação é uma verdadeira blindagem para nossa economia.


Nosso Papel: Vigilância e Ação

Diante desse cenário, qual é o nosso papel como comunidade LGBTQIA+?


Vigiar e Cobrar: Devemos ficar atentos aos desdobramentos econômicos e políticos. É fundamental cobrar que as pautas de direitos humanos e a inclusão da nossa comunidade não sejam deixadas de lado em nome de uma suposta "urgência" econômica.


Fortalecer Nossas Redes: Unir-nos a outras minorias e movimentos sociais é crucial. Juntos, somos mais fortes para amplificar nossas vozes e defender a dignidade e a equidade para todos.


Empregabilidade e Apoio: É hora de fortalecer as iniciativas que capacitam e promovem a inclusão de pessoas LGBTQIA+ no mercado de trabalho.


Mitigar os impactos de uma possível desaceleração econômica em nossa comunidade é vital. A guerra comercial é um desafio, sim. Mas o Brasil tem mecanismos e estratégias para enfrentá-la. Com união, informação e um olhar atento, garantiremos que, mesmo em tempos de incerteza econômica, os direitos e a visibilidade da comunidade LGBTQIA+ permaneçam no centro do debate e das ações.


Como podemos, juntos, garantir que a voz da nossa comunidade seja ouvida e respeitada em meio a essas discussões econômicas? Deixa o seu comentário!



*Ronaldo Piber é advogado e colunista do Pimenta Rosa

 
 
 
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