Visibilidade lésbica no ambiente de trabalho: 3/4 das mulheres LGBTQIA+ ainda temem se assumir
Para melhorar a diversidade no ambiente de trabalho, empresa brasileira realiza treinamentos sobre linguagem inclusiva e políticas voltadas para a comunidade

Uma esmagadora maioria de três quartos das mulheres LGBTQIA+ e dos profissionais não binários estão relutantes em assumir-se plenamente. Pesquisa realizada pelo myGwork, em homenagem a semana da Visibilidade Lésbica, aponta que as altas taxas de discriminação são o principal fator que impede muitos desse grupo de se sentirem capazes de se assumir no trabalho e na sociedade em geral.
O estudo, que destaca as experiências de mais de 2.000 mulheres LGBTQIA+ e pessoas não binárias de todo o mundo, confirma que 7 em cada 10 continuam a sofrer discriminação no trabalho. Este número, de acordo com dado do myGwork, a maior comunidade empresarial global de profissionais LGBTQ+, aumenta ainda mais para pessoas de cor, pessoas de comunidades mais marginalizadas e grupos étnicos minoritários. Por exemplo, pessoas queer e não-conformes de gênero experimentaram a maior taxa de discriminação no trabalho, seguidas por mulheres cisgênero (76%), pessoas fluidas de gênero (75%), pessoas intersexuais (68%), mulheres trans (66%) e não- pessoas binárias (65%).
Especificamente no Brasil, a situação é mais agravante. O Núcleo de Inclusão Social (NIS) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) apontou, em relatório, que pelo menos 126 lésbicas foram assassinadas no país entre 2014 e 2017. Além disso, 71% dos crimes aconteceram em espaços públicos. E não é somente em espaços públicos que isso tem ocorrido. Segundo o LinkedIn, 43% das pessoas LGBTQIA+ no Brasil relataram ter sofrido, em 2022, algum tipo de discriminação também no trabalho.
Visando diminuir essa e outras estatísticas é que diretor-executivo da Diversità, Lucas Paoli Itaborahy, decidiu criar a Diversità e oferecer a organizações privadas de todo o Brasil um conjunto de ações de capacitação que incluem treinar os funcionários e realizar mentorias internas.

‘Muitas lésbicas são frequentemente vítimas de assédio e discriminação no trabalho e têm dificuldades para encontrar espaços acolhedores’, aponta o diretor-executivo Lucas Paoli, ressaltando que neste Mês da Visibilidade Lésbica, a Diversitá participou de um debate interno na Petrobras para discutir assuntos de interesse da comunidade LGBTQIA+.
A inclusão, segundo Lucas, oferece condições para que todos tenham chance de desenvolver habilidades, além de garantir a motivação dos colaboradores. Dentre as opções de treinamentos e mentorias oferecidas pela Diversità estão ‘Letramento e sensibilização sobre temas LGBTQIA+’, ‘Treinamento sobre políticas de diversidade e inclusão LGBTQIA+ no trabalho’, ‘Treinamento sobre linguagem inclusiva’ e ‘Treinamento sobre segurança psicológica de trabalhadores LGBTQIA+’.
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